É na região de Lisboa e Vale do Tejo que continua a surgir a maioria dos novos casos confirmados de infeção por Covid-19, mas o peso de 63% nas novas infeções registadas nas 24 horas até à meia-noite desta segunda-feira é o mais baixo em cerca de um mês. Em sentido contrário, na comparação percentual, surgiram 71 novos casos de infeção no norte do país.

Este é um dos destaques do boletim divulgado esta segunda-feira pela Direção-Geral de Saúde (DGS), que indicou mais quatro mortes com Covid-19, todas em Lisboa e Vale do Tejo e todas pessoas que tinham mais de 80 anos.

Casos em Lisboa (e VT) desaceleram e aceleram no norte

É preciso recuar até 19 de maio, mais de um mês, para encontrar, em simultâneo, um menor peso percentual dos novos casos em Lisboa e Vale do Tejo (em relação ao total de cada dia) e, por outro lado, um maior peso dos novos casos na zona norte do país.

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Foi em Lisboa que se registaram 164 dos 259 novos casos (confirmados) de infeção por Covid-19 no país. Estes cerca de 63% comparam com os mais de 27% que correspondem ao peso do norte nos novos casos, com 71.

Apesar de ainda ser em Lisboa e Vale do Tejo que se concentra o maior número (e peso percentual) de novos casos, essa tendência parece estar em desaceleração já que nas últimas semanas em várias ocasiões superou os 90% a percentagem de pessoas desta região, em relação ao total de cada boletim.

Sobram oito novos casos no Algarve, dois no Alentejo e 14 no centro do país, onde se superou a fasquia dos 4.000 casos até ao momento.

Todos os quatro óbitos em pessoas com mais de 80 anos

Ocorreram na zona de Lisboa e Vale do Tejo, também, todas as quatro mortes das últimas 24 horas. E essas eram, também, pessoas com mais de 80 anos de idade, em todos os casos.

É nessa faixa etária que se concentram, nesta fase, duas em cada três mortes com Covid-19 até ao momento. Se juntarmos a faixa etária dos 70-79 anos, encontramos nessas idades mais de 86,5% das vítimas mortais registadas até ao momento.

A DGS indica que, até ao momento, foram confirmadas infeções em 7.915 pessoas nestas duas faixas etárias, o que pressupõe uma taxa de letalidade de quase 17% nestas duas faixas etárias.

Cinco concelhos lisboetas com mais 112 casos

No dia em que o Governo se encontrou com os presidentes de câmara dos cinco concelhos que têm nas últimas semanas registado maiores focos de infeção, o boletim da DGS aponta para 112 novos casos em Lisboa, Amadora, Loures, Odivelas e Sintra.

De acordo com a tabela por concelho, existente no boletim mas que a DGS sublinha frequentemente ser “indicativa”, surgiram mais 15 casos no concelho de Lisboa, oito casos na Amadora, 31 casos em Loures, 39 em Odivelas e 19 em Sintra.

Esses 112 casos, pertencentes a cinco concelhos lisboetas, representam mais de dois em cada três novos casos (68%) na região de Lisboa e Vale do Tejo. E representam 43% dos números a nível nacional, assumindo uma equivalência direta entre os números por regiões e por concelho, que nem sempre batem certo.

Aguardavam resultado de análise laboratorial, à meia-noite, 1.782 pessoas. Eram 1.826 na véspera.

Mais internados e mais doentes em cuidados intensivos

O boletim diário desta segunda-feira também aponta para mais 172 recuperados. São, já, 25.548, que representam 65% dos casos diagnosticados desde o início da pandemia – que subiram 0,66% neste dia, para 39.392, no total até ao momento.

Porém, aponta-se um aumento do número de pessoas internadas e, também, de doentes em cuidados intensivos. São 424 internados (mais 17 do que na véspera) e 72 nos cuidados intensivos, mais 3 do que no boletim de domingo.

São números que, ainda assim, ficam em linha com os valores médios dos últimos dias. Ao longo da última semana, o número médio de internados cifra-se em 422 pessoas, pelo que apesar de algumas oscilações o valor total tem-se mantido relativamente inalterado, em média, nos últimos dias.

38% dos doentes sentem tosse e 28% têm febre

Tosse e febre continuam a ser os principais sintomas. Os sintomas apresentados entre os casos de testes positivos (com informação respeitante a 90% desses casos) mantêm-se praticamente inalterados em relação aos últimos dias, com maior preponderância de tosse (38%) e febre (28%), seguidas de dores musculares (21%) e cefaleias (20%).

Fraqueza generalizada (15%) e dificuldades respiratórias (11%) são os sintomas com menor taxa de incidência.

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