“‘Xau, mãe, beijinhos. És uma chata, gosto muito de ti!’ Estas foram as últimas palavras que eu ouvi da boca da minha filha”, recordou Sónia Fonseca, mãe de Valentina, a criança que morreu em maio depois de ter sido agredida violentamente pelo pai. Numa entrevista à SIC Notícias, esta terça-feira, Sónia Fonseca garantiu que nunca desconfiou do pai e da madrasta de Valentina, mas admite que esta poderá ter sido “calada” pelo pai depois de ver alguma coisa em casa destes.
“Penso que foi alguma coisa que ela viu que se passou dentro da casa dele [pai]. E ele com medo que ela dissesse calou-a. O porquê é aquela resposta que ainda me falta”, lamentou a mãe de Valentina. “A minha filha era uma criança que ficava facilmente negra e marcada. Nunca vi nada de anormal naquela menina que me levasse a suspeitar que ele fizesse alguma coisa à minha filha”, garante.
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Valentina já não via a mãe há dois meses, devido ao estado de emergência, período durante o qual esteve a viver em casa do pai. “Perguntei-lhe se ela queria que a fosse buscar para vir passar uma temporada com a mãe em casa e ela disse-me que não, que estava tudo bem, que estava tranquila e se andava a portar muito bem”, explicou a mãe, recordando a última vez que falou com Valentina, pouco tempo antes do desaparecimento da criança.
Segundo a mãe, que explica que em abril a criança fugira de casa do pai alegando “que fugiu porque tinha saudades da mãe”, Valentina gostava de estar em casa do pai e da madrasta. “Estávamos a entrar no carro para ir para o Bombarral e ela perguntava-me logo quando é que voltava a ir para casa do pai”, disse, explicando que a menina considerava que a sua madrasta era uma segunda mãe.