“Dar jeito ao bloco central é a única justificação” para esta mudança, disse João Cotrim Figueiredo. “A proposta não seria aprovada ou os autores não se chamassem António Costa e Rui Rio”, disse Telmo Correia. “É uma proposta feita à medida do interesse do bloco central”, atirou ainda Inês Sousa Real. “É uma proposta destrutiva”, completou José Manuel Pureza. “Um retrocesso democrático” e um “verdadeiro escândalo”. Quase ninguém concorda com o fim dos debates quinzenais, mas foi isso que foi aprovado. PS e PSD uniram-se em torno de um texto comum, que foi aprovado na manhã desta terça-feira no grupo de trabalho das alterações ao regimento da Assembleia da República, e que faz com que o primeiro-ministro deixe de ir ao Parlamento a cada 15 dias, para ir apenas de dois em dois meses.

A votação indiciária foi feita com o PS e o PSD a votarem a favor e os restantes partidos e deputada não inscrita Joacine Katar Moreira a votarem contra. A votação ainda terá de ser repetida esta tarde em comissão, sendo que depois ainda vai ser votada, em votação final global, na próxima quinta-feira em plenário. Mas o caminho já está feito: a partir de setembro, acabam-se os famosos debates quinzenais, criados há 13 anos pela mão de António José Seguro depois de um desafio do então líder do CDS Paulo Portas ao primeiro-ministro José Sócrates. A partir de setembro, o primeiro-ministro pode ir ao Parlamento só de dois em dois meses.

PS e PSD dançam o tango para o fim dos debates quinzenais. Podem acabar já em setembro

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