A app de rastreio à Covid-19 criada pela Coreia do Sul, um dos primeiros países a utilizar este tipo de tecnologia para conter a pandemia do novo coronavírus, tinha “falhas graves de segurança”. A notícia foi avançada esta terça-feira pelo The New York Times, que afirma que o país já corrigiu as lacunas.

Como explica o mesmo jornal, a falha de segurança permitia aos piratas informáticos recolher os nomes e localização em tempo real de pessoas infetadas em quarentena. O problema era de tal modo sério que alguém com maus propósitos podia adulterar os dados da app para fingir que estava em quarentena quando realmente não estava.

“Estávamos com pressa de criar e implantar esta app o mais rapidamente possível para ajudar a diminuir a propagação do vírus”, justifica-se Jung Chan-hyun, um funcionário Ministério do Interior e Segurança do país. “Não podíamos ter uma verificação de segurança demorada na aplicação que ia atrasar o seu lançamento”.

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De acordo com as autoridades governamentais da Coreia do Sul, nas versões mais recentes da app para os sistemas operativos Android, da Google, e iOS, da Apple, os problemas foram corrigidos. Além disso, afirmam que não receberam informação de que alguém possa ter-se aproveitado destas lacunas.

A Coreia do Sul foi um dos primeiros países a lançar uma app de rastreio à Covid-19 logo em abril. As autoridades complementaram os testes em massa que estavam a fazer (para uma população de pouco mais de 50 milhões de pessoas, a Coreia tinha a capacidade para realizar cerca de 150 mil testes por semana), com diferentes apps de contact tracing que obrigaram este Estado de Direito democrático a aprovar legislação especial para que as autoridades tivessem acesso aos dados dos telemóveis, das redes sociais mas também às câmaras de vigilância, dados de cartões de crédito e multibanco.

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Esta não é a primeira vez que surgem relatos de falhas quanto a apps para controlar a pandemia. Na Índia, quando uma aplicação análoga foi lançada, era possível saber a localização exata dos utilizadores. Recentemente, a associação portuguesa de Defesa dos Direitos Digitais (D3), divulgou um comunicado a opôr-se ao lançamento de uma app de rastreio em Portugal por, inevitavelmente, poder vir a ter erros.

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Segundo vários ativistas como os da D3, ainda não houve “nenhum caso de sucesso” nestas soluções noutros países. No caso australiano, a app de rastreio não foi capaz de identificar mais casos além dos que o governo já tinha registado. Em Israel, mais de 12 mil pessoas foram identificadas erradamente como estando infetadas o que fez com que ficasse em quarentena desnecessariamente, assumiu o Ministério da Saúde do país.

Em Portugal, o Governo aprovou a app que tem estado a ser desenvolvida pelo INESC TEC, a Stayaway Covid. Esta aplicação tem sido anunciada desde abril como uma das soluções para controlar a propagação da pandemia de Covid-19. Contudo, depois de não ter sido lançada em maio e junho, como chegou a ser esperado, esta solução tem encontrado alguns impasses. As entidades governamentais têm reiterado que a aplicação não vai ser obrigatória e vai funcionar como complemento para controlar a pandemia.

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A mais recente polémica relacionada com as soluções de app europeias está relacionada com o facto de dependerem da Interface de Programação de Aplicações (API) da Google. Apesar de a app não recolher nenhum tipo de informação de localização, uma especificação do Android impede que o mecanismo necessário para estas funcionarem, o bluetooth, esteja ligado sem a partilha de dados de localização estar também.