A Iberdrola teve um lucro de 1.845 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, mais 12,2% do que no mesmo período de 2019, com a Covid-19 a ter um impacto negativo de 153 milhões de euros.
A empresa espanhola que opera nos mercados de eletricidade e gás natural informou esta quarta-feira o mercado que, apesar da incerteza causada pela pandemia, mantém a sua previsão de crescimento em 2020 do seu benefício líquido em um dígito, assim como a sua política de remuneração dos ativos.
No seu relatório de contas do primeiro semestre apresentado ao supervisor da bolsa espanhola, a Iberdrola sublinha que não é possível fazer uma estimativa precisa do possível impacto futuro da Covid-19 nos seus resultados nos próximos meses. As razões para que isso aconteça são a incerteza sobre a velocidade a que as economias dos países em que a empresa opera irão recuperar, a duração das medidas governamentais em vigor e as medidas adicionais que poderão ser tomadas nos próximos meses.
As contas refletem também a mais-valia de 485 milhões de euros feita com a venda em fevereiro de 8,07% da participação da Iberdrola na Siemens Gamesa, por um total de 1.099,5 milhões de euros, embora isto tenha sido parcialmente compensado pelo impacto dos impostos britânicos (157 milhões de euros).
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) caiu 1,4%, para 4.918,2 milhões de euros, devido à crise sanitária (157 milhões de euros), aos efeitos positivos extraordinários registados no primeiro semestre de 2019 com a venda de contratos de fornecimento de GNL (gás natural liquefeito) a longo prazo (89 milhões de euros), à deslocalização do negócio da rede em Espanha (33 milhões de euros) e à depreciação cambial.
A empresa afirma que, excluindo estes impactos, o EBITDA teria aumentado 4,2%, tendo as receitas totais caído 9,9%, para 16.467,4 milhões.
Durante o primeiro semestre do ano, a eletricidade distribuída pela Iberdrola foi de 109.040 gigawatt horas (GWh), 6,2% menos do que um ano antes, com descidas de 8,6% em Espanha (42.431 GWh), 7,1% no Reino Unido (15.886 GWh), 2,8% nos Estados Unidos (18.181 GWh) e 4,3% no Brasil (32.540 GWh).
A produção líquida de eletricidade foi de 79.299 GWh, mais 4,8%, e a multinacional terminou junho com uma capacidade instalada de 53.102 MW, mais 8,9%, e durante o primeiro semestre investiu 3.582 milhões de euros, mais 2,3%.