O Alto Tâmega, a última das barragens do complexo hidroelétrico com o mesmo nome, vai iniciar o enchimento depois da conclusão dos trabalhos de construção, indicou esta quarta-feira a Iberdrola.

Esta barragem com uma potência de 160 megawatts é a última das três centrais que constituem este complexo hidroelétrico que se destaca pela grande capacidade de reversibilidade, o que permite utilizar a mesma água mais do que uma vez na produção de eletricidade. As outras unidades do complexo são Gouvães, uma central de armazenamento e bombagem de 880 MW, e Daivões, com 118 MW, que estão a operar comercialmente desde o ano passado.

A albufeira do Alto Tâmega terá uma área total de 468 hectares para um volume de 132 metros cúbicos, e quando estiver cheia irá fornecer água para produzir energia elétrica aos dois grupos instalados que têm uma potência de 160 MW.

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Segundo o comunicado da elétrica espanhola, trata-se de uma grande barragem em abóbada de dupla curvatura com 104,5 metros de altura, 220 mil metros cúbicos de betão e 335 metros de comprimento no coroamento. A betonagem foi efetuada em 21 blocos que estão divididos em secções de dois metros de altura, e levou menos de dois anos a ser executada. Durante a última primavera foi realizada a injeção das juntas de construção da barragem, depois de o betão no local ter arrefecido no inverno, sendo que a abertura entre as juntas é maior. É desta forma, explica a empresa, que quando os espaços entre os blocos forem preenchidos a barragem irá assumir o seu carácter monolítico, o que permitirá o enchimento.

Este processo deverá demorar três meses durante os quais será construída uma rolha de betão de 28 metros de comprimento no interior do túnel construído para desviar provisoriamente o rio e que estará fechado durante o período de enchimento. Durante estes três meses o caudal do rio vai continuar a passar pelas descargas de fundo da barragem.

O complexo hidroelétrico do Tâmega é o último projeto das barragens adjudicadas pelo Governo de José Sócrates a ser concluída, tendo representado um investimento de mais de 1,5 mil milhões de euros e com uma potência instalada total de 1.158 MW, dos quais 880 MW são reversíveis. Deste pacote caíram as barragens do Fridão e do Girabolhos, esta última ganha pela Endesa. Fridão foi atribuída à EDP e a anulação da licença por parte do Governo está a ser alvo de uma disputa judicial entre o Estado e a elétrica.