O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, acusou o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, de gerar angústia nas famílias, ao proferir declarações que, em vez de esclarecer, “causam ruído” e desestabilizam.
Em declarações à estação de televisão Porto Canal, o titular da pasta da Educação disse que as afirmações de Mário Nogueira “são entendidas pela sociedade portuguesa como mais ruído do que algum tipo de esclarecimento, do que algum tipo de caminho proveitoso na criação da segurança e da confiança” em tempo de pandemia.
Há duas semanas, num vídeo publicado no portal da Fenprof, o secretário-geral da estrutura sindical admitiu acusar o Ministério da Educação como “responsável moral e material” pela falta de condições de segurança nas escolas em caso de professores ficarem doentes ou infetados com covid-19.
Pode ouvir aqui as declarações do ministro da Educação:
Ministro da Educação acusa Mário Nogueira de gerar “ruído e angústia” nas famílias
“Não se transforme também pela nossa ação da dialética política, e até partidária, [algo] em mais ruído que acabe por desestabilizar, instabilizar e trazer mais angústia às famílias”, afirmou Tiago Brandão Rodrigues, assinalando que nunca responde “a ameaças” porque “isso é, de certa forma, participar num jogo perigoso, principalmente com quem tem responsabilidades”.
Para o ministro, “o ruído acaba por trazer alguma entropia” quando se pretende “ganhar confiança”. “Se, de certa forma, acicatarmos os medos e os receios das pessoas, vamos criar um turbilhão pouco transparente para podermos voltar à normalidade possível que queremos voltar”, advogou.
Num vídeo publicado em 17 de julho no portal da Fenprof, o dirigente da maior estrutura representativa de professores sustentou que as medidas anunciadas pela tutela para o próximo ano letivo, que começa em setembro, “põem em causa o regresso à escola em condições de segurança sanitária”, bem como pedagógicas.
Mário Nogueira enumerou a falta de professores e do distanciamento físico desejável nas salas de aula. Ao Porto Canal, o ministro da Educação invocou que as escolas possuem “mais recursos humanos, mais 2.500 professores, mais 2.500 horários completos”.