O presidente do PSD considerou esta quarta-feira que a taxa de desemprego em Portugal continua a ser “uma incógnita”, e que os números conhecidos são apenas estatísticos, sendo a taxa efetiva muito difícil de estimar.
“A taxa de desemprego em Portugal é uma incógnita, porque aquilo que foi hoje divulgado, era bom que fosse assim, mas não é, é pior”, afirmou Rui Rio aos jornalistas à margem de uma reunião com associações empresárias do Algarve, em Albufeira, no distrito de Faro.
Segundo Rui Rio, os números conhecidos sobre o desemprego em Portugal referem-se “ao desemprego registado e a pessoas que estão no desemprego, mas não refletem a realidade”.
“Nós temos imensas empresas e milhares de trabalhadores em layoff, desses trabalhadores quantos é que vão regressar ao trabalho e quantos é vão sair para o desemprego”, questionou o presidente dos social-democratas.
Rui Rio questiona também o real significado do layoff, considerando que o mesmo pode querer dizer “semidesemprego ou emprego nenhum”, ressalvando “que se não houvesse empresas em layoff e uma taxa de desemprego de 7%, não seria bom nem mau”.
“Infelizmente a taxa de desemprego é um número, uma estatística, e se formos à realidade, não sabemos efetivamente qual é a taxa de desemprego neste momento em Portugal, é muito difícil de estimar”, concluiu.
Rui Rio defende medidas específicas de apoio à economia do Algarve
O presidente do PSD defende medidas especificas de apoio à economia do Algarve, alegando que a região “devido à sua dependência do turismo”, não pode ser tratada como o Porto ou Lisboa.
O Algarve não pode ser tratado da mesma maneira, porque a dependência que as áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa têm do turismo, é grande, mas não na proporção que é no Algarve”, disse aos jornalistas.
O líder dos social-democratas afirmou que o Governo tem obrigação de olhar para a região de forma diferente dada a sua especificidade, ao depender do turismo, setor de atividade económica mais afetado pela pandemia da Covid-19.
“O que entendo do que tenho ouvido, é que para lá das medidas transversais que têm de existir para a economia portuguesa, aqui [Algarve] há uma especificidade e o Governo tem obrigação de olhar para essa especificidade”, sublinhou.
Rui Rio referiu que a sua deslocação à região tem por objetivo “ouvir a realidade no local, porque uma coisa é estar fora de onde os problemas existem e outra é perceber e sentir os problemas no terreno”.
Para o líder social-democrata, Portugal estando a sofrer com a quebra do turismo, setor importantíssimo para a balança de pagamentos nacional, “há que encontrar, e o Governo em primeiro lugar, medidas adequadas às circunstâncias da região”.
Segundo Rui Rio, poderá fazer sentido medidas de apoio às empresas, por via do layoff, mais concentradas para os meses de agosto e de setembro, mas destaca que no Algarve, esses meses até são os menos maus”.
Aquilo que se prevê devido à sazonalidade, estimo eu, em outubro, novembro e a partir daí, é que se as empresas não faturaram de uma forma minimamente equilibrada no verão, como é que vão suportar depois os meses seguintes”, questionou.
Para o líder social-democrata, anteveem-se, nos meses fora da designada época alta, “problemas sociais gravíssimos”, defendendo a implementação de medidas “não para os resolver, mas para os atenuar”.
“Não podemos pedir milagres porque se a economia não produz os problemas existem, mas nós devemos atenuá-los. Um apoio tendo em vista esta circunstância, porque só em abril as coisas poderão atenuar, é uma especificidade que existe aqui”, indicou.
Na opinião de Rio, se a situação da saúde e da economia devido à pandemia da Covid-19 melhorar “dentro do mal que isto tudo é, talvez a partir do período da Páscoa recomece, não a normalidade, mas o caminho para a normalidade”.