A Ordem dos Médicos emitiu seis recomendações para melhorar o combate à Covid-19 e preparar o inverno que passam pelo uso de máscaras na rua, pela realização de testes aos grups de contacto e de critérios únicos para os grandes eventos. 

Estas medidas surgem na sequência de uma “reunião extraordinária” entre o bastonário e o Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a Covid-19. Um encontro que teve como objetivo “analisar a atual situação epidemiológica nacional e internacional”, lê-se num comunicado enviado às redações.

A Ordem começa por recomendar que se maximize “a eliminação da atividade viral” durante o verão, algo que pode ser feito aproveitando “as temperaturas mais elevadas, o aumento da radiação UV, a dispersão populacional e o encerramento das escolas”, e que se promova a testagem de “contactos de alto risco em casos confirmados”. Para tal, será necessário dotar “as estruturas dos meios técnicos e recursos humanos necessários”, sublinha a Ordem.

A primeira recomendação surge após as declarações do bastonário da Ordem dos Médicos, esta sexta-feira na SIC Notícias: “As escolas estão fechadas, estamos numa altura de calor e radiações ultravioleta muito elevadas e as pessoas mais isoladas das outras, ainda há isolamento social natural. Temos de aproveitar este momento para implementar todas as medidas possíveis de forma a controlar completamente a doença e conseguirmos evitar que ela tenha um impacto grande no inverno”, afirmou Miguel Guimarães.

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Bastonário da Ordem dos Médicos diz que “se devia pensar seriamente” na utilização de máscara no exterior em todo o país

Quanto aos testes a contactos próximos, no início do mês, a Ordem dos Médicos criticou a norma da Direção-Geral de Saúde (DGS) sobre o rastreio de contactos, com o bastonário a dizer ao Expresso que a indicação viola “a principal regra da Organização Mundial da Saúde e que sempre se manteve inalterada: testar, testar, testar”.

DGS desmente “categoricamente” que os contactos de risco com a covid-19 deixem de ser testados

Máscaras em espaços públicos e antecipar vacina contra a gripe

Equacionar a utilização da máscara facial em espaços públicos abertos” é outra das recomendações. Esta utilização deverá ser feita “de acordo com a avaliação do risco local, sem prejuízo da adoção das outras medidas de prevenção da transmissão”, além de que poderá contribuir “para a proteção de outros vírus respiratórios“.

Uma sugestão feita também esta sexta-feira pelo bastonário: “Acho que devíamos pensar seriamente nesta medida [uso de máscara no exterior]. É uma medida polémica, corajosa da parte do governo da Madeira. É uma medida que outros países já implementaram e temos de pensar nisso.”

A Ordem dos Médicos recomenda também a elaboração de “legislação específica e de normas de Saúde Pública” para os eventos de massas “com critérios uniformes e coerentes” e tendo em conta a “avaliação do risco e o nível de atividade epidémica” e considera que se deveria “facilitar o licenciamento, a comercialização” e a compra de testes de diagnóstico — em particular testes rápidos — tanto para a Covid-19 como para o vírus da gripe.

A última recomendação prende-se com a vacinação contra a gripe. Para a Ordem, a vacina devia ser antecipada e a sua prescrição devia ter validade até ao final do ano.

Em julho, o Ministério da Saúde já tinha avançado que iria antecipar a vacinação contra a gripe para o início de outubro, tendo como grupos prioritários os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e funcionários de lares.

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