Três semanas depois de as aulas começarem – o ano letivo começa a meio de setembro – o número de infeções por Covid-19 já deve subir bastante, de acordo com os epidemologistas que fazem projeções para a Direção-Geral da Saúde e que são citados pelo Expresso. Numa fase inicial, “esse aumento poderá ser exponencial, sobretudo nas zonas com maior densidade populacional, nomeadamente Lisboa e Porto”, diz Manuel Carmo Gomes, professor de epidemiologia na Universidade de Lisboa, que acredita que “até fevereiro vamos estar sempre debaixo de grande risco”.

Os peritos ouvidos pela DGS alertam para o que está a acontecer no Hemisfério Sul, que já entrou no inverno, com vários países a terem grande dificuldade para suster os surtos, porque “as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados, tentam manter as suas atividades profissionais, os transportes estarão a funcionar e as aulas a decorrer”. O novo coronavírus estará também a circular ao mesmo tempo do que o vírus da gripe, preocupando os peritos pela pressão que significa sobre os hospitais.

Para fazer face a este pico, o Ministério da Saúde vai antecipar para o início de outubro e reforçar a vacinação contra a gripe sazonal, dando prioridade aos profissionais do SNS e a funcionários de lares, revela o Expresso. Foram adquiridas dois milhões de doses, mais 38% do que no ano passado. Está ainda a ser estudado o alargamento dessa vacinação, de forma gratuita, a grávidas e novos grupos de risco que ainda serão divulgados.

Haverá ainda um reforço dos laboratórios para que ganhem maior capacidade de resposta nos testes de diagnóstico, o que implicará um investimento de 8,4 milhões de euros; haverá mais teleconsultas; os medicamentos de dispensa exclusiva hospitalar passam a ser disponibilizados em farmácias ou em casa dos doentes; vai ser reorganizada a Rede Nacional de Medicina Intensiva, reforçando o número de camas; e vai ser alterada a organização de vários espaços (como salas de espera ou refeitórios), de acordo com o Expresso.

O Ministério da Saúde garante ainda ter “os instrumentos legais” para, “em matéria de recursos humanos, fazer face a um aumento da procura de cuidados de saúde”. Este ano foram contratados mais 1.328 enfermeiros, garante o Governo.

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