O Panamá chegou a ser elogiado pela rapidez das medidas e capacidade em controlar a pandemia de Covid-19, mas depois de iniciado o desconfinamento, a 13 de maio, perdeu a mão na situação, apesar de o governo ter voltado a impor algumas restrições, destaca o jornal El Confidential. Até 13 de agosto, o país registou 78.446, dos quais 52.210 recuperaram e 1.722 morreram, reporta o jornal nacional La Prensa.

A reabertura teve início a 13 de maio e pouco mais de uma semana depois o número de novos casos diários começou a aumentar — Google

O primeiro caso confirmado de Covid-19 no Panamá aconteceu a 9 de março e no dia seguinte registavam a primeira vítima. O estado de emergência foi declarado de seguida e a quarentena nacional imposta a 25 de março. Só quase dois meses depois se iniciou o desconfinamento e reabertura da economia que deveria acontecer em seis fases.

Em meados de julho, quando o país já se preparava para a quarta fase do desconfinamento, foi atingido um número recorde de novas infeções (1.540, a 13 de julho). Uns dias depois, o governo voltava a impor quarentena total aos fins de semana em algumas regiões.

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A 24 de julho, apenas uma semana depois, cinco das 10 províncias passaram a ter um recolher obrigatório durante a semana, das 17 horas às 7 horas, e ao fim de semana, desde as 17 horas de sexta-feira até às 5 horas de segunda. Estas cinco províncias reuniam, à data, mais de 90% dos casos de infeção com SARS-CoV-2, noticiou o jornal La Estrella de Panamá.

A par disso, e para as mesmas províncias, as medidas que tinham sido levantadas a 1 de junho, na segunda fase da reabertura, voltaram a estar em vigor: restrições de movimentos com base no sexo dos indivíduos e nos números dos documentos de identificação. A par disso, foram emitidos meio milhão de salvos-condutos, o que sugere que muitas empresas não quiseram ou não puderam manter os serviços de forma digital, refere o jornal El Confidencial.

Quarentena no Panamá é feita à vez: mulheres saem às segundas, quartas e sextas, homens nos outros dias

A situação continua preocupante — com cerca de mil novos casos diários — , mas os gráficos mostram que depois da aplicação das medidas mais restritivas o número de novos casos diários parece ter estabilizado.

Desde a declaração do estado de emergência, as escolas foram encerradas e os voos internacionais cancelados. Muitos negócios tiveram também de suspender atividade e os contratos de mais de 200 mil trabalhadores.

Mas num país em que 45% da população são trabalhadores informais, as pessoas continuam a sair para trabalhar e ganhar dinheiro para alimentarem as famílias, destaca o jornal El Confidencial.