A Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar defendeu esta quinta-feira que todos os pescadores da comunidade da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, distrito do Porto, deviam ser submetidos a testes de despiste à Covid-19.

José Festas estima que a medida abrangeria entre 3.000 e 3.500 pescadores e que iria “dar tranquilidade na comunidade piscatória e também à população residente na região”, pois nas últimas semanas os dois concelhos do litoral norte têm se debatido com um surto de novo coronavírus.

A Delegação de Saúde de Vila do Conde e Póvoa de Varzim devia realizar testes ao Covid-19 a todos os pescadores desta região. Nós cedemos as instalações para isso, mas não temos dinheiro para pagar todos esses exames”, afirmou o dirigente.

José Festas lembrou que, desde o início da pandemia, a Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar já realizou 550 testes de despiste à Covid-19, sobretudo a pescadores do cerco, mas aponta que a medida tinha de ser alargada aos profissionais da pesca do arrasto.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Devíamos fazer esses testes em setembro e outubro. Quem tivesse infetado ia para confinamento, os outros poderiam continuar a trabalhar com tranquilidade”, defendeu o líder associativo, embora reconhecendo que “não pode haver obrigatoriedade nos testes”.

O dirigente confessou estar “super preocupado” com o número de casos de pescadores infetados da região, que já ascende a 10 e forçou a paragem de quatro embarcações, considerando que “os pescadores não podem ser pessoas de segunda neste processo de testagem à doença Covid-19”.

Os últimos dados reunidos pela Câmara Municipal de Vila do Conde dão conta de cerca de 200 casos ativos de Covid-19 no concelho, sendo que desde o início da pandemia já foram infetadas 596 pessoas.