A taxa de desemprego subiu para os 8,1% em julho, um aumento de 1,6 pontos percentuais face ao mesmo mês de 2019, segundo os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em junho, tinha-se fixado nos 7,3%. Para este aumento contribuíram os ex-inativos.

Segundo o INE, registou-se em julho uma diminuição face a junho do número de inativos — a população que, estando desempregada, não procura ativamente emprego e/ou não está disponível para trabalhar. Face a junho, este universo diminuiu (há menos 41 mil inativos), “sendo a maioria desta redução (32,9 mil) explicada pelo decréscimo no número de inativos disponíveis, mas que não procuram emprego”.

É que, escreve o INE, com o confinamento e as restrições, muitas pessoas deixaram de procurar emprego ou não estiveram disponíveis para trabalhar, por exemplo, porque tiveram de tomar conta dos filhos ou porque não foi possível ir a entrevistas de emprego. Por isso, a população inativa subiu numa primeira fase. O fim progressivo das restrições possibilitou a reabertura de diversas atividades económica e o fim do confinamento. “Tal terá possibilitado o começo do cumprimento dos critérios de procura ativa de emprego e de disponibilidade para começar a trabalhar, essenciais para a inclusão dos não empregados na população ativa enquanto desempregados”, e não na população inativa.

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Por outras palavras, os trabalhadores que antes eram considerados inativos, passaram a ser considerados desempregados porque procuram ativamente emprego e/ou estão disponíveis para trabalhar. Segundo o instituto, o aumento da taxa de desemprego é, assim, “reflexo” da passagem da população inativa para a desempregada.

A possibilidade de cumprimento de ambos os critérios é já visível nos resultados definitivos de junho e reforçada nos resultados provisórios de julho, onde se observa um forte aumento da população desempregada em relação aos três períodos de comparação (mês anterior, três meses antes e mês homólogo de 2019) e uma diminuição mensal da população inativa que apenas cumpre um dos critérios necessários à classificação de desemprego, com reflexo no aumento da taxa de desemprego para 8,1% em julho”, refere o INE.

Por outro lado, em julho de 2020, a estimativa provisória da população empregada — que correspondeu a 4.671,3 mil pessoas aponta para um aumento de 0,1%, (2,7 mil) em relação ao mês anterior, tendo diminuído 1,7% (80,2 mil) relativamente a três meses antes e 3,5% (171,7 mil) por comparação com um ano antes. Esta evolução revela um travão no ritmo de destruição de empregos.

Já a taxa de desemprego dos jovens foi estimada em 26,3%, a que corresponde uma diminuição de 1,1 p.p. relativamente à taxa de junho de 2020.