Richard Yu, presidente executivo da Huawei Consumer BG, anunciou nesta quinta-feira uma segunda versão do sistema operativo que a Huawei está a desenvolver para substituir o Android (da Google), o HarmonyOS. Durante a conferência anual de programadores da marca, que decorreu em Shenzhen, na China, Yu detalhou que o plano é ter este sistema operativo disponível  numa gama mais ampla de dispositivos, incluindo nos smartphones.

“A partir de hoje, o HarmonyOS está aberto para dispositivos IoT de 128 KB-128 MB, como TVs inteligentes, wearables, carros e muito mais. Em abril de 2021, vamos abri-lo para dispositivos de 128 MB-4 GB e em outubro de 2021, o HarmonyOS será aberto para dispositivos acima de 4GB ”, afirmou Richard Yu sobre a estratégia definida para o HarmonyOS.

A versão beta (para testes) do HarmonyOS 2.0 fica disponível para programadores nesta quinta-feira, apesar de, por enquanto, funcionar apenas em smartwatches, televisões inteligentes e em carros. A versão para smartphones só será disponibilizada no próximo ano.

Além da nova versão, a marca chinesa (que está numa espécie de lista negra imposta pelos EUA), vai lançar também o projeto OpenHarmony, que permite a programadores trabalharem sobre uma versão de código aberto do sistema operativo.

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No evento, a marca também anunciou que o ecossistema mobile da marca conta com mais de 1,8 milhões de programadores no mundo. Atualmente, a AppGallery (loja oficial da marca, que compete diretamente com a App Store, da Apple, e a Play Store, da Google) tem mais de 96.000 aplicações e 490 milhões de utilizadores ativos globais. A loja atingiu também o recorde de 261 mil milhões de downloads e distribuições de aplicações entre janeiro e agosto de 2020.

A plataforma oficial de aplicações é a AppGallery, da Huawei, e não a Play Store, a loja oficial da Google que está incluída na maioria dos smartphones Android. Esta situação acontece devido a um embargo dos EUA à Huawei por acusações de conluio com o Partido Comunista Chinês. O caso não parece que vá parar tão cedo e, recentemente, a empresa mãe, que incluiu a Huawei, responsável pela venda de componentes para o 5G, e a Huawei Consumer BG, que tem a tutela da venda dos smartphones, continuam a ser acusadas de espionagem, algo que têm negado.

Experimentámos o topo de gama da Huawei com Android incompleto. Mas ainda precisamos da Google

“No futuro, a estratégia da Huawei é continuar a expandir os serviços para programadores. Como tal, a Huawei está a construir três laboratórios de cooperação de ecossistema global na Rússia, Polónia e Alemanha para responder às necessidades de programadores globais e fornecer serviços de capacitação, teste e certificação. Cinco centros globais de serviços para programadores também serão estabelecidos na Roménia, Malásia, Egito, México e Rússia, fornecendo serviços e plataformas locais para ajudar os programadores a crescer e inovar”, lê-se no comunicado de imprensa.

Durante o evento, a marca revelou seis novos produtos: o Huawei MateBook X, o Huawei MateBook 14, o Huawei Watch GT 2 Pro, Huawei Watch Fit, Huawei FreeBuds Pro e Huawei FreeLace Pro 1 .