A FCC, Federal Communications Commission (reguladora das telecomunicações dos EUA, equivalente à ANACOM em Portugal) colocou oficialmente numa lista negra as empresas chinesas Huawei e ZTE por representaram um “perigo para a segurança nacional” dos EUA. Na deliberação, a entidade afirma sem rodeios: “O Partido Comunista Chinês trata a Huawei como uma empresa estatal”. Ajit Pai, líder da FCC, disse ainda, como avança a CNBC: “Com as Ordens de hoje, e com base no peso esmagador das provas, o departamento de segurança da FCC designou a Huawei e a ZTE como riscos de segurança nacional para as redes de comunicações da América — e para o nosso futuro 5G”.

A decisão da FCC foi revelada na terça-feira em comunicado. Neste, a reguladora norte-americana refere: “Esta designação é a última etapa que a FCC tomou para proteger as redes de comunicações americanas contra as ameaças colocadas pela China comunista e por quem a seu mando possa cumprir as suas ordens”. A Huawei e a ZTE têm negado trabalhar em prole do governo chinês.

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Este foi mais um passo levado a cabo pelos responsáveis norte-americanos para barrar as relações de empresas dos EUA com a Huawei e a ZTE. Ao colocar estas tecnológicas de telecomunicações chinesas nesta lista, nenhuma empresa nos Estados Unidos pode utilizar os fundos de 8,3 mil milhões de dólares (cerca de 7,6 mil milhões de euros) para comprar equipamentos à Huawei ou à ZTE. Numa altura em que os EUA estão a expandir a implementação das redes 5G (as futuras infraestruturas de telecomunicações), esta ação dificulta ainda mais os negócios destas empresas chinesas.

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Desde há alguns anos que os Estados Unidos da América têm alertado os países aliados para os perigos que a Huawei pode representar. No final de maio de 2019, os EUA emitiram um decreto executivo por motivos de segurança nacional, no qual proibiram empresas norte-americanas de negociar com a Huawei, incluindo-a numa “lista negra”. Nessa mesma lista estava também a ZTE.

Rapidamente, e depois do alvoroço criado pela cessação de parcerias com a maioria das empresas tecnológicas norte-americanas — como a Google, que detém o Android, ou a fabricante de chips Qualcomm —, houve uma suspensão dos efeitos do embargo. Contudo, mesmo assim, os efeitos já têm afetado o negócio da empresa cortando relações entre empresas americanas e estas empresas chinesas.

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