O “M” poderia ser de maravilha, mas significa “modificata” (modificada em italiano), termo a que habitualmente a Ferrari recorre sempre que revela uma versão mais evoluída de um dos desportivos que compõem a sua gama. Neste caso, o descapotável Portofino, que serve de base para um novo M.
Por ser o primeiro Ferrari a ser apresentado após o encerramento temporário do fabricante de Maranello, devido à pandemia, o novo Portofino M é posicionado como um “Spider GT 2+” para “redescobrir as estradas” neste regresso à (possível) normalidade. Na prática, trata-se de uma proposta com pouquíssimas alterações em termos de design, de tal forma que é preciso um olhar muito atento para descortinar diferenças. Avalie por si mesmo, neste lado a lado.
Mais importantes do que as alterações estéticas são as mudanças mecânicas, com um claro upgrade. Os engenheiros de Maranello concentraram-se em extrair do 3.9 V8 biturbo uma dose extra de potência, levando-o a passar dos 600 para 620 cv às 7500 rpm, sem variações no binário máximo (760 Nm), que continua a ser alcançado num regime entre as 3000 e as 5250 rpm. A transmissão também é nova, ganhando uma oitava relação. Trata-se de uma caixa automática de dupla embraiagem do tipo húmido (banhada a óleo), baseada na caixa do SF90 Stradale, que ocupa menos 20% do espaço e suporta mais 35% de torque, segundo a Ferrari.
Outra das novidades, certamente bastante apreciada pelos entusiastas da marca, é a introdução do famoso selector de modo de condução da Ferrari, inspirado na Fórmula 1. Neste caso, o Portofino M recebe um Manettino de cinco posições, o que permite ao condutor ir variando entre os modos Wet (para piso molhado), Comfort, Sport, Race e ESC-Off.
Este conjunto de alterações tem reflexos ligeiros nas prestações, com a barreira dos 0-100 km/h a ser ultrapassada em 3,45 segundos, quando o Portofino cumpre a mesma tarefa em 3,5 segundos. Já os 0-200 km/h ficam para trás em 9,8 segundos no M, o que significa um ganho de um segundo face ao Portofino. E se este assumia 320 km/h como velocidade máxima, agora a Ferrari fala em franquear essa fasquia. Não se compromete, contudo, com um número concreto.