A direção do Livre recomendou esta quarta-feira aos seus membros e apoiantes que escolham a ex-eurodeputada Ana Gomes como candidata a apoiar pelo partido nas eleições presidenciais, decisão que apenas será oficializada após consulta interna.

Num e-mail enviado a membros e apoiantes, ao qual a Lusa teve acesso, o Grupo de Contacto (direção) do Livre entende que Ana Gomes deve ter o apoio oficial do partido por considerar que a “área política de esquerda deve ser reforçada nestas eleições”.

“O Grupo de Contacto considera que a área política da esquerda deve ser reforçada nestas eleições presidenciais, e que, dado o impacto das candidaturas da extrema-direita e centro-direita, é urgente apoiar uma candidatura que viabilize um debate à esquerda”, pode ler-se no e-mail.

A direção do partido considera ainda importante que o Livre tenha uma participação e posicionamento ativos na corrida a Belém, “tanto pela missão de dar uma Presidência progressista e humanista a Portugal, bem como pela necessidade de mobilizar o partido numa campanha importante para o futuro do país”.

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Na mensagem, o Grupo de Contacto sustenta ainda que a Moção Estratégica deste órgão, apresentada e aprovada no IX Congresso do partido, defende que o Livre dará prioridade a uma candidatura que defenda a “igualdade e justiça social”, o “aprofundamento da democracia”, a “construção de uma democracia europeia” e valores como os da ecologia, sustentabilidade e defesa dos Direitos Humanos.

“Dos perfis já apresentados, e tendo por base as considerações acima identificadas, o Grupo de Contacto entende que Ana Gomes deve ser a candidata apoiada pelo Livre, considerando que dará voz aos ideais, e visão de futuro para o país, do partido”, argumenta a direção do partido da papoila.

À semelhança de 2015, nos próximos dias 18 e 19 de setembro, o Livre vai escolher qual o candidato a apoiar para as presidenciais através de uma consulta interna, na qual participam membros e apoiantes.

Nas últimas eleições presidenciais, António Sampaio da Nóvoa recolheu 87,1% dos votos da consulta interna, na qual também participaram os subscritores do movimento “Tempo de Avançar”.

Já a 23 de maio, em declarações à Lusa, Pedro Mendonça, da direção do Livre, reconheceu que existem pontos ideológicos “em comum” entre o partido e a ex-eurodeputada – como o europeísmo e a defesa dos direitos humanos – e que o partido estava a assistir “com interesse” a uma possível candidatura de Ana Gomes.

A seis meses do fim do mandato do atual Presidente da República, são já oito os pré-candidatos ao lugar de Marcelo Rebelo de Sousa.

São eles o deputado André Ventura (Chega), o advogado e fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan Gonçalves, o líder do Partido Democrático Republicano (PDR), Bruno Fialho, a eurodeputada e dirigente do BE Marisa Matias, a ex-deputada ao Parlamento Europeu e dirigente do PS Ana Gomes, Vitorino Silva (mais conhecido por Tino de Rans), o ex-militante do CDS Orlando Cruz e a partir desta quarta-feira João Ferreira, do PCP.