O ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes afirmou esta terça-feira que é “tempo de unidade no país” e é preciso “falar verdade” quanto à pandemia da Covid-19, considerando que um novo confinamento generalizado “seria devastador”.

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas, no Palácio Belém, em Lisboa, após uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que elogiou por dar “um sinal” de que “compreende as preocupações de todos” e “é sensível às necessidades”.

“Temos momentos muito difíceis pela frente”, disse o antecessor da ministra Marta Temido, advogando que é “tempo de unidade no país” e é preciso “falar verdade”.

Segundo Adalberto Campos Fernandes, que expressou “confiança total na capacidade de decisão”, é necessário “mobilizar o país, todos os recursos, pensar nas pessoas e deixar de lado questões de retórica”.

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O especialista em saúde pública defende a aplicação, de “forma transparente”, de mapas de risco pandémico, envolvendo as comunidades e autarquias, para adequar as medidas à realidade local.

“Tratar diferente aquilo que é diferente”, enfatizou, argumentando que “o país não pode fechar, não pode parar”. “Um confinamento global seria devastador”, frisou, sustentando que é preciso “proteger a economia, o emprego”.

Para Adalberto Campos Fernandes, é necessário continuar a proteger os profissionais de saúde e os mais idosos (os mais expostos e vulneráveis à infeção) e “ajudar as autoridades de saúde e quem tem responsabilidade política”.

Campos Fernandes foi ministro da Saúde entre 2015 e 2018, no primeiro governo liderado por António Costa.

A audiência de Adalberto Campos Fernandes foi antecedida da de Paulo Macedo, que foi ministro da Saúde entre 2011 e 2015, no Governo PSD-CDS/PP de Pedro Passos Coelho.

O atual presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos optou por não falar aos jornalistas no final da audiência com o chefe de Estado, que tem estado a ouvir personalidades que estão ou estiveram ligadas à saúde por causa do agravamento da pandemia em Portugal.