O apoio extraordinário à restauração anunciado por António Costa na quinta-feira – que visa compensar os restaurantes pelas perdas nos dois fins de semana de recolher obrigatório a partir das 13h00 – vale 25 milhões de euros, estimou este sábado o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

O ministro, que fez um balanço das medidas de apoio à restauração, afirmou que, “entre as medidas já aprovadas e aqueles a disponibilizar a curto prazo”, o Estado já destinou 1.103 milhões de euros em apoios para o setor. E disse que esse valor compara com os cerca de 1.860 milhões de euros de “quebra da procura” na restauração até ao final de setembro.

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Ou seja, os apoios já disponibilizados ou anunciados para o setor da restauração correspondem a cerca de 60% do da quebra de faturação registada pelo setor.

Este valor total engloba 286 milhões de euros de apoios que já chegaram às empresas deste setor por via do ‘lay-off’ simplificado e do apoio à retoma progressiva ou ainda os 200 milhões de euros para o novo programa apoiar.pt, que consiste na atribuição de um apoio a fundo perdido às micro, pequenas e médias empresas para as compensar pela quebra de faturação.

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O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, durante uma conferência de imprensa realizada hoje em Lisboa, referiu que o pagamento da primeira fase do apoiar.pt será feito já em dezembro. Os dados das faturas comunicadas pelo setor da restauração ao Portal das Finanças permitem concluir a quebra de faturação face a 2019 foi nos primeiros nove meses de 2020 de 1.860 milhões de euros.

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O ministro da Economia explicou ainda o facto de o Governo ter decidido compensar os restaurantes com 20% das perdas nestes dias, mas comparando com a média da faturação nos 44 fins de semana desde janeiro, e não tendo como base um ano “normal” de atividade, sem pandemia, como 2019.

Os restantes apoios têm sido calculados com base no período homólogo de 2019, mas a medida de apoio extraordinária anunciada por António Costa na quinta-feira têm esta regra: comparar com a média deste ano.

Pedro Siza Vieira avançou algumas explicações para isso. “O ano de 2020 não é igual ao de 2019. Por esta altura, em Lisboa estávamos a ter a Web Summit, com o aumento de turistas” que a conferência trouxe. A ideia do Governo, acrescentou, é calcular o que os restaurantes fariam de receita caso não estivessem fechados agora e não se estivessem a operar num ano sem pandemia.