Lembra-se do burburinho gerado pela Ford à volta do lançamento do novo Bronco? Na altura, a Jeep respondeu à marca da oval azul com um concept que, agora, se transforma em realidade: eis o Wrangler Rubicon 392, equipado pela primeira vez, em quase 40 anos, com motor de 6,4 litros V8.

Trata-se (tão só) do Wrangler mais potente de sempre, ao anunciar 470 cv de potência e 637 Nm de binário. Para cúmulo, é também o mais eficaz em todo-o-terreno, reclamando “melhores ângulos de ataque e saída, melhor articulação da suspensão, maior facilidade de manobra e passagem a vau até 82,5 cm”.

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A má notícia é que, para já, este modelo só será comercializado no mercado norte-americano, onde deverá chegar no primeiro trimestre de 2021, por um preço que se espera que ronde os 60 mil dólares, já que o Rubicon V6 é comercializado, por lá, por valores próximos de 50 mil dólares. Na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África), este Wrangler Rubicon 392 só estará à venda no Médio Oriente, onde se espera que chegue no final do próximo ano.

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Este “senão” não é impeditivo de reconhecer o trabalho que a Jeep desenvolveu. O Wrangler Rubicon 392, cuja denominação se refere às 392 polegadas cúbicas do motor (6,417 litros), vai de 0 a 96 km/h em 4,5 segundos, o que se traduz num ganho de 40% face ao Rubicon V6. Como se isso não bastasse, quase 75% do binário máximo do Wrangler Rubicon 392 (637 Nm) está disponível logo acima da rotação do motor no regime mínimo, o que favorece as performances em estrada e a destreza no fora de estrada. Daí a transmissão automática de oito velocidades, com sistema de mudanças sequenciais accionáveis, pela primeira vez, através de patilhas em alumínio integradas no volante, com uma caixa de transferência activa permanente “Selec-Trac” e redutoras, sempre com tracção 4×4. Depois, para lidar com areia ou rochas, basta seleccionar o modo de condução compatível em “Off-road Plus”, que oferece a possibilidade de bloquear o diferencial traseiro. A baixa velocidade, a partir de 1-8 km/h, o condutor pode ainda accionar a assistência em descidas, bastando para tal premir um botão e, com isso, consegue controlar a velocidade sem necessidade de travar.

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Com eixos rígidos dianteiro e traseiro Dana 44 “Wide Track” e diferenciais de bloqueio “Tru-Lok”, num chassi reforçado, o Wrangler Rubicon 392 tem as suspensões de cinco braços elevadas em 5 cm, de fábrica. Tudo isto, combinado com pneus de 33” em jantes de tipo ‘beadlock’ de 17”, permitem-lhe reivindicar números de respeito. A altura ao solo é de 26,1 cm, com ângulos de 44,5°(ataque), 22,6° (ventral) e 37,5° (saída). A capacidade de passagem a vau vai até 82,5 cm, pois o Wrangler Rubicon 392 oferece a garantia de que praticamente nada pára o V8 sob o capot. Isto porque este Jeep conta com um sistema designado por Hydro-Guide, que inclui um dispositivo de canalização do ar de três níveis com drenos – inclusivamente um de um único sentido, na caixa-de-ar, que afasta até 56 litros de água por minuto da entrada de ar do motor. O esquema nivelado permite ainda que, mesmo que a entrada de ar no capot fique tapada, com neve ou lama, a entrada secundária (na estrutura do capot) assegure a devida alimentação do motor. Veja aqui como funciona:

Por fim, outro dos destaques deste Wrangler com que os europeus podem apenas sonhar reside no escape activo “Dual Mode”, que altera o roncar do motor ao toque de um botão e, automaticamente, abre válvulas para reduzir a contrapressão de escape quando o motor é sujeito a cargas elevadas.