Zoe, de 15 anos, e o pai, David Bradley passam a maior parte dos fins-de-semana a jogar xadrez. David cresceu a jogar xadrez com o avô, mas não jogava há 15 anos, tantos como a idade na filha. No outono, Zoe e David começaram a assistir à série Gambito de Dama, na Netflix, e decidiram começar a jogar. A história é contada pela CNN, que revela que o confinamento e a série de ficção fizeram crescer uma febre pelo xadrez nos Estados Unidos.

Nas primeiras três semanas depois da estreia da série — que foi visto por mais de 62 milhões de pessoas em 28 dias, um recorde global —  as vendas de jogos de xadrez aumentaram 87% nos Estados Unidos e as vendas de livros sobre xadrez aumentaram 603%, segundo um estudo da consultora de marketing NPDGroup, citado pela CNN. Já as pesquisas no Google com a palavra xadrez aumentaram de outubro para novembro, sendo possível verificar esse pico nas trends do motor de busca. O site de artesanato Etsy teve aumento de 364% nas pesquisas por artigos relacionados com xadrez em novembro em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Beth Harmon, jogadora retratada série é uma personagem de ficção, mas está assim a inspirar jogadores na vida real. O Chess.com, uma das maiores plataformas de xadrez online no mundo, onde jogadores de todo o mundo se confrontam e que funciona como uma espécie de rede social do xadrez. A CNN falou com o diretor de desenvolvimento de negócios da Chess.com, Nick Barton, que revelou que houve milhões de novos utilizadores que procuraram o site para jogar, para aulas ou para resolver problemas de xadrez.

A pandemia deu o grande impulso, mas a série ajudou. Se o ano foi mau para muitos setores, o site Chess.com teve o seu maior crescimento anula desde que foi lançado em 2007. Desde março o site conseguiu mais 12,2 milhões de novos membros, dos quais 3,2 milhões se juntaram depois da estreia da série da Netflix.

Nick Barton comenta em declarações à CNN que “houve uma mudança na cultura mundial na última década, em que o autoaperfeiçoamento e a aquisição de novas competências são mais valorizados do que nunca”E acrescenta: “Vimos isso no início da pandemia, quando as pessoas estavam a aprender a fazer assados ou a falar uma nova Língua, passa-se o mesmo com o xadrez.”

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