Pouco a pouco, Marcelo Rebelo de Sousa vai fazendo o desenho da campanha da sua recandidatura a Belém. Depois de ter decidido, como o Observador noticiou, que não teria delegados nas mesas de voto e que só iria ter os dois mandatários obrigatórios por lei, o atual Presidente definiu novas originalidades da campanha. Marcelo Rebelo de Sousa, sabe o Observador, já decidiu que não irá utilizar os tempos de antena televisivos. Entretanto, o candidato presidencial também já decidiu quem vão ser as únicas pessoas que irá apresentar em documentos oficiais: o mandatário financeiro será Manuel Brito e o mandatário jurídico Fernando Fonseca Santos, exatamente os mesmos que ocuparam estes cargos em 2016.

O Observador já tinha também noticiado que Marcelo Rebelo de Sousa não teria diretor de campanha, ficando-se apenas por estes cargos “obrigatórios” do ponto de vista legal. Comissão de honra, nem pensar. Para mandatário financeiro, Marcelo volta a escolher o contabilista Manuel Brito, que é membro do Conselho Fiscal da Caixa Geral de Depósitos e gerente da DFK& Associados, SROC”. Para mandatário jurídico, Marcelo volta a repetir uma escolha: Fernando Fonseca Santos, que foi presidente do Conselho Fiscal do Benfica no tempo de Manuel Vilarinho. Fonseca Santos é advogado e tem uma extensa atividade de gestão, tendo sido administrador da Reditus e de empresas como a Global Vida, a Estoril-Sol, o Banco Crédito Predial Português, entre vários outros cargos de gestão, incluindo de sociedades macaenses.

Em matéria de deslocações também há novidades. Marcelo Rebelo de Sousa está mesmo a ponderar não contratar os serviços do “senhor Vítor”, o taxista, desta vez e ser ele a conduzir a própria viatura. As duas semanas finais, as que seriam de campanha eleitoral, mais a sério vão de 11 a 22 de janeiro. Mas Marcelo a 20 e 21 vai ter de decidir sobre o novo estado de emergência (escrever o decreto e, eventualmente, se for caso disso, ouvir os partidos). Essa pausa nas funções de candidato como Presidente vai encurtar ainda mais os dias de campanha. Por isso, Marcelo vai fazer pequenas visitas, a maioria “não muito longe” de Lisboa, e está a pensar ir ele mesmo a conduzir, no próprio carro. Quanto às pernoitas, quando existirem, Marcelo deverá pagar do seu bolso. Quanto aos seguranças, terão de ir atrás de Marcelo, que não os pode dispensar devido às funções que exerce.

Entretanto, Marcelo, que já tem dito que é o “assessor de si próprio”, está a agendar ele mesmo com os canais televisivos as entrevistas que dará como candidato presidencial. O atual Presidente da República aposta tudo na televisão, particularmente em debates e entrevistas. O candidato dispensa, no entanto, o direito de Antena, cuja eficácia junto do eleitorado também é duvidosa.

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Como o Observador escreveu na quarta-feira esta será assim uma campanha mais solitária (com menos staff), com menos ações de campanha e com muito menos rua do que há cinco anos.

Marcelo terá campanha reduzida, mais solitária e virada para a televisão