Depois da Euro 6, que nos tem servido nos últimos anos, a União Europeia vai impor a Euro 7, a partir de 2025. A diferença entre ambas as normas – destinadas a limitar a quantidade de poluentes que os motores dos veículos novos podem emitir – é grande, o que leva muitos construtores a acreditarem que isto pode significar a morte dos motores convencionais, exclusivamente alimentados por gasolina, gasóleo ou qualquer combustível fóssil.
Na essência, a norma Euro 7 representa um passo em frente em relação à actual Euro 6d, no sentido da redução de poluentes e do CO2, que não sendo nefasto para a saúde humana, é-o para o planeta, contribuindo para o aquecimento global. De acordo com o Automotive News Europe, as emissões de NOx no Euro 7 baixam para apenas 30 mg/km, sensivelmente o que agora é a margem de erro de um valor muito superior. A partir de Janeiro de 2021, os veículos novos não poderão ultrapassar as 80 mg, não só nos testes em banco de ensaio, como igualmente em condições reais de utilização, excluindo uma margem de erro de 34 mg/km.
Face à implementação para dentro de quatro anos da nova norma, um engenheiro sénior da VW afirmou que, com o Euro 7, o construtor alemão não será capaz de continuar a comercializar o Polo por 15.000€, devido à quantidade de acessórios necessários para minimizar as suas emissões. De acordo com a VW, nem mesmo com a ajuda de sistemas mild hybrid a 48V será possível cumprir os requisitos das situações mais extremas.
Como se isto não bastasse, o técnico da marca, que preferiu não ser identificado, revela ainda que “não só o preço baixo não será possível de manter, como os veículos deixarão de ser divertidos de conduzir, como se tivessem tomado comprimidos para dormir”. Isto poderá levar a que muitos condutores que possuam carros antigos, mais poluentes, os mantenham em vez de os abandonar e trocar por outros menos poluentes. Mas esta estratégia poderá colidir com a decisão de diversas cidades e países em fechar determinadas zonas a veículos não conformes com as mais recentes normas antipoluição.
Segundo a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), não há provas de que o limite de 30 g de NOx seja exequível, sobretudo nas condições mais exigentes, como as subidas, condução em altitude e velocidade mais elevada. A confirmar-se, os motores convencionais, sem uma forte electrificação, estão condenados.