A Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 enviou uma petição ao primeiro-ministro, António Costa, subscrita por um grupo de médicos, que pede a inclusão destes doentes na primeira fase de vacinação contra a Covid-19.

O documento foi enviado na quarta-feira por um grupo de profissionais que tem acompanhado pessoas com trissomia 21, disse à agência Lusa uma fonte ligada a este processo.

De acordo com o mais recente estudo internacional, a taxa de letalidade entre os sujeitos com trissomia 21 hospitalizados com idades superiores a 40 anos foi de 45%”.

A petição visa a inclusão dos cidadãos com trissomia 21, com mais de 30 anos, na primeira fase da vacinação antiSARS-Cov-2.

No documento, a que a agência Lusa teve acesso, os peticionários alegam que as pessoas com trissomia 21 têm “uma prevalência muito aumentada de défices da imunidade”.

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Por outro lado, “experimentam um processo de envelhecimento precoce, expresso, não raramente, sobretudo a partir dos 35 anos de idade, por manifestações clínicas comparáveis com a doença de Alzheimer.

“Exibem também, amiúde, comportamentos de risco, motivados pelo défice cognitivo, expressos por uma menor capacidade de adoção de medidas de proteção”, como o afastamento físico adequado do interlocutor, a utilização adequada de máscaras faciais ou a lavagem eficaz e regular das mãos, segundo a fundamentação que acompanha o pedido ao chefe do governo.

De acordo com os médicos, as situações de isolamento podem ter consequências emocionais devastadoras nestas pessoas.

Os clínicos estimam em cerca de 2.000 pessoas a população portuguesa com trissomia 21, acima dos 40 anos.