Os cientistas britânicos vão analisar se a nova variante que surgiu no Reino Unido pode ter maior facilidade em infetar as crianças tal como tem acontecido com os adultos, noticia a Reuters.

A nova variante tornou-se dominante no sul de Inglaterra em muito pouco tempo e isso pode vir a acontecer em todo o país num futuro próximo, confirmaram os cientistas do Grupo de Aconselhamento sobre Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes (NERVTAG).

“Há uma indicação de que o vírus tem uma maior propensão para infetar as crianças”, disse Neil Ferguson, especialista em doenças infecciosas do Imperial College de Londres e membro do NERVTAG. “Não estabelecemos qualquer tipo de causalidade, mas podemos vê-lo nos dados.”

Entre as mutações da nova variante estão algumas que afetam a forma como o vírus entra nas células e isto pode tornar as crianças tão suscetíveis como os adultos, disse Wendy Barclay, professora do NERVTAG e especialista em virologia do Imperial College de Londres.

A proteína spike, na coroa do vírus, usa as proteínas ACE2 nas superfície das células humanas como porta de entrada. As crianças são, normalmente, menos afetadas porque têm menos proteínas ACE2, logo menos portas de entrada nas células do que os adultos, explica a BBC.

71% mais transmissível, com mais facilidade de entrar nas células. O que torna a mutação do Reino Unido perigosa?

As mutações da nova variante podem implicar que o vírus tenha mais facilidade em encontrar estas portas, incluindo quando são poucas, como nas crianças, o que pode explicar porque serão mais afetadas agora, noticia o jornal The Guardian. No entanto, ainda são precisos mais dados para confirmar esta ideia.

Perante as novas informações, o maior sindicato de professores do Reino Unido (National Education Union) apela a que o reinício das aulas comece duas semanas depois do previsto, para permitir a vacinação de todos os que frequentam os estabelecimentos de ensino, e que as crianças e professores mais vulneráveis possam recorrer ao ensino online, noticia o jornal The Guardian.

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