A GNR nega que tenha acontecido uma festa de casamento de seis dias em Alter do Chão, no distrito de Portalegre, com mais de 50 pessoas e que não tenha tido meios para a travar. O esclarecimento foi emitido esta segunda-feira depois de uma notícia que afirmava que a GNR teria sido recebida de forma hostil pelos participantes da festa e que teria pedido reforços, só que não não havia meios disponíveis.

De acordo com a notícia do Correio da Manhã, a festa de casamento teria durado seis dias — de 21 a 26 de dezembro — no bairro da Horta das Furnas. Na sequência de denúncias feitas pelos vizinhos, a GNR teria tentado desmobilizar por várias vezes os convidados, mas sem sucesso uma vez que, quando foi pedida ajuda à Unidade de Intervenção, não havia meios que pudessem acorrer ao local. A mesma notícia adiantava ainda que, na madrugada de quinta-feira, a GNR teria sido recebida de forma hostil e teve de pedir reforços a dois postos vizinhos. Só que, apesar de inicialmente terem conseguido pôr fim à celebração, os noivos e convidados voltaram de seguida ao mesmo local e as patrulhas não conseguiram voltar a desmobilizá-los.

O esclarecimento da GNR vem agora negar a notícia e até que tenha existido qualquer festa de casamento: “Nada indica que tenha existido qualquer cerimónia de casamento como tem vindo a ser noticiado, mas sim uma festa de natal que tradicionalmente os habitantes daquele bairro celebram“. A GNR detalha que “as celebrações em causa ocorreram nas suas residências e respetivos anexos, incluindo uma tenda que se encontrava montada junto a uma moradia”.

De acordo com a nota, os militares foram chamados no dia 23 de dezembro, na sequência de várias denúncias por ruído, e que foi mobilizada uma patrulha do Posto Territorial de Alter do Chão. A GNR admite no entanto que, quando a patrulha lá chegou, deparou-se com alguma “resistência” por parte dos participantes da festa e que, por isso, “houve a necessidade de mobilizar diversas patrulhas dos Postos limítrofes”. O comunicado nega assim qualquer falta de meios e que só foram chamadas outras patrulhas devido ao facto de os participantes resistirem às ordens dos militares: “Na atuação da Guarda não foi considerado necessário o reforço de meios de níveis de intervenção superiores.”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No comunicado, é ainda explicado que, logo nesse dia, foi “identificado um homem e elaborado um auto de notícia para o tribunal Judicial de Portalegre”. “Foi ainda elaborado um auto de contraordenação por ruído de vizinhança”, acrescenta a nota. A partir desse dia, “o patrulhamento naquela zona foi reforçado de forma regular pelo Destacamento de Intervenção do Comando Territorial de Portalegre”. A GNR assegura que não houve, desde então, “qualquer registo de outros incidentes ou ocorrências”.

Presidente do CDS critica silêncio de Cabrita e acusa-o de “incompetência”

Na sequência desta notícia — agora desmentida pela GNR — e de outra relativa à captura de um foragido da Justiça, em Fernão Ferro, em que dois militares acabaram baleados pelo criminoso, o presidente do CDS criticou o silêncio do ministro da Administração Interna que, nas suas palavras, “comprova, uma vez mais, a sua incompetência para o exercício do cargo e coloca a nu a falta de uma política consistente de segurança pública”

Em comunicado, Francisco Rodrigues considerou que, se o “ministro da Administração Interna já não consegue levar a cabo o seu trabalho”, o primeiro-ministro, António Costa, deve “explicar ao país como é que este tipo de situações ocorrem, aliás, com cada vez maior frequência”.