A ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues criticou na quinta-feira à noite a decisão do Governo de proibir que os colégios privados mantenham as aulas à distância durante o encerramento do sistema de ensino, considerando que a “diversidade de iniciativas” poderia “ajudar os pais na tarefa difícil de conciliar o trabalho com a vida familiar“.

Porquê?”, questionou a ex-ministra, que assumiu a pasta da Educação entre 2005 e 2009, durante o Governo de José Sócrates, numa publicação colocada no Facebook.

“Maioria dos colégios quer continuar com aulas à distância. Governo manda parar. Porque razão se proíbe a diversidade de iniciativas que podem manter as crianças com atividades e que podem ajudar os pais na tarefa difícil de conciliar o trabalho com a vida familiar”, perguntou Maria de Lurdes Rodrigues.

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“As desigualdades existem, mas não é com proibições que os problemas se resolvem”, rematou a ex-ministra, que é atualmente reitora do ISCTE, em Lisboa.

Esta quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que as escolas e universidades de todo o sistema de ensino vão parar durante 15 dias devido à disseminação da estirpe britânica do coronavírus.

Ao contrário do que aconteceu em março do ano passado, esta não será uma suspensão das atividades letivas presenciais com substituição pelo ensino à distância. Antes, será uma pausa total de 15 dias, uma espécie de antecipação de férias, que será compensada com o encurtamento ou eliminação das férias agendadas para o Carnaval, Páscoa e verão.

Nos colégios “haverá de tudo um pouco”. Há os que fecham e os que mantêm aulas à distância

Depois do anúncio feito pelo primeiro-ministro, vários colégios privados — dotados de autonomia — estavam a equacionar soluções diferentes, que incluíam a antecipação das férias (como no público) ou o ensino à distância.

Contudo, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, veio dizer que os colégios não poderiam continuar com o ensino à distância. “O cumprimento estrito das regras é para todos. Este ziguezaguear, não quero dizer oportunismo, de espreitar à exceção é o que nos tem causado problemas”, disse o ministro. “Todas as atividades letivas estão suspensa durante este período.”