A participação de Portugal no Campeonato do Mundo de andebol tinha ficado definida este domingo, com a queda para o terceiro lugar do grupo III da Ronda Principal da competição. Ao todo, Portugal somou quatro vitórias, com Islândia, Marrocos, Argélia e Suíça, e duas derrotas, contra a vice-campeã mundial (e terceira classificada no último Europeu) Noruega e a antiga campeã olímpica, mundial e europeia França, sempre uma crónica candidata a qualquer título. Ambas seguiram para os quartos mas as atenções da Seleção não estavam ainda dispersas da prova que está a decorrer no Egito. E, 24 horas depois, acabou por surgir um “prémio” de consolação.

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Com a derrota da Argentina frente ao Qatar e o empate da Alemanha com a Polónia, Portugal terminou o Mundial no décimo lugar, apenas atrás da Eslovénia entre os terceiros classificados nos grupos da Ronda Principal, tendo assim o melhor resultado de sempre na sua quarta participação na fase final, superando a 12.ª posição alcançada em 2003 quando foi anfitrião da prova e conseguiu também quatro vitórias mas em mais jogos. Já os quartos, esses, ficaram organizados com os (grandes) jogos Espanha-Noruega, Dinamarca-Egito, França-Hungria e Suécia-Qatar. Os germânicos acabaram por ser uma das deceções da prova, não conseguindo reverter a primeira derrota logo na fase inicial da competição com os húngaros, antes de perderem também com os espanhóis.

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Na análise à competição, Paulo Pereira, selecionador nacional, voltou a ter um discurso de grande ambição tendo até o objetivo de chegar pela primeira vez aos Jogos Olímpicos, recordando em paralelo que as duas seleções que avançaram para os quartos são das melhores do mundo mas que, com o plantel de jogadores que tem à sua disposição, não poderia colocar a fasquia mais baixa do que aquela que foi referindo ao longo da prova.

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“Fico apenas um pouco triste pelo jogo de ontem [domingo] mas, mesmo face a todos as condicionantes, admito que fizemos um jogo abaixo daquilo que somos capazes. Foi um jogo em que tudo nos correu mal e à França correu tudo bem. Volto a frisar, só fico mesmo triste por este jogo, porque de resto continuo orgulhosíssimo destes atletas e do que fizemos. Vamos aprendendo, ao termos estas experiências de forma consecutiva. Isto também é uma aprendizagem para toda a gente…Há sempre coisas a melhorar e é isso que fazemos todos os dias. Agora que chegámos à elite do andebol, é necessário consolidar essa posição”, comentou o treinador esta manhã, ainda antes de saber do décimo lugar na competição, em declarações citadas pelo jornal Record.

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“Neste momento temos um conjunto de atletas que nos permite almejar a objetivos ambiciosos. Poderíamos apenas dizer que só queríamos melhorar o melhor resultado que Portugal obteve num Mundial, o 12.º lugar mas o grupo de jogadores que temos permite-nos ter metas mais ambiciosas. Se não o fizéssemos, era sinal de cobardia e prefiro que me chamem arrogante, demasiado ambicioso, do que cobarde. A Seleção conseguiu passar uma mensagem ao País, sobretudo neste momento difícil para todos. Uma mensagem de esperança, de compromisso e quando nos empenhamos, elevamos o nome de Portugal, foi essa a nossa intenção”, acrescentou, apontando ainda baterias à qualificação olímpica que se realiza em março: “Vai ser impressionantemente difícil mas obviamente que podemos consegui-lo. Ninguém nos vai tirar a forma de estar e de querer”.

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