A delegação do Norte do INEM recebeu quatro frascos de vacinas contra a Covid-19 a mais. O centro de vacinação administrou, esta semana, a segunda dose das vacinas da Pfizer/BioNTech aos profissionais que tinham sido vacinados na primeira fase e ficou com doses a mais, denunciou a bastonária da Ordem dos Enfermeiros ao Observador.

Ana Rita Cavaco conta ao Observador como se passou um dia à procurar de quem pudesse aproveitar estas dose até que finalmente o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia aceitou recebê-las porque também estava a proceder à vacinação dos profissionais. Só depois da situação resolvida foi possível, finalmente, contactar a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), confirmou o Observador.

A urgência prende-se com o facto de as vacinas terem de ser administradas até amanhã de manhã, sob risco de terem de ser desperdiçadas, diz a bastonária.

As vacinas da Pfizer/BioNTech têm de ser mantidas entre os 60 ºC e os 90 ºC negativos e, naturalmente, precisam de ser descongeladas antes de serem usadas — durante três horas num frigorífico (2 ºC a 8 ºC) ou 30 minutos à temperatura ambiente. Depois de descongeladas, e se as ampolas não tiverem sido usadas (nem o líquido diluído), as vacinas podem ser mantidas cinco dias no frigorífico ou duas horas à temperatura ambiente (a menos de 30 ºC). Nenhuma vacina descongelada pode voltar a ser congelada.

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Cada frasco dá para cinco ou seis doses, dependendo da agulha e seringa usada, mas o conteúdo tem de ser diluído com soro fisiológico antes do uso. Uma vez diluído o conteúdo da ampola deve ser usado no prazo de seis horas, caso contrário terá de ser desperdiçada.

A bastonária diz que o INEM Norte foi avisado, no domingo à noite, que iriam fazer a administração da segunda dose a partir de segunda-feira. Se as ampolas tiverem sido descongeladas nessa altura, a viabilidade das vacinas expira de sexta para sábado, ou seja, dentro de poucas horas.

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Soube-se esta semana que já quando foram administradas as primeiras doses no quatro centros de vacinação do INEM tinha sido possível administrar, além das 1.174 vacinas solicitadas, mais 92 doses e ainda sobraram 12 frascos que não tinham sido abertos e que foram cedidos a dois Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da região centro e sul, segundo nota do INEM enviada à comunicação social.

A polémica, neste caso, está relacionada com o facto de o INEM ter vacinado profissionais não prioritários. Na nota, o INEM “nega que tenham sido solicitadas vacinas para outros profissionais que não os prioritários” e que parte das sobras diziam respeito a profissionais prioritários que tinham contraindicações para a vacinação ou estavam infetados com o coronavírus.

“Paralelamente, aquando da administração da vacina, conforme inclusivamente descrito por outras entidades, verificou-se que, para muitos dos frascos-ampola, seria possível extrair uma dose adicional, além das cinco previstas inicialmente”, acrescenta a nota. Na altura em que o INEM procedeu à vacinação dos profissionais, entre 4 e 8 de janeiro, ainda não havia uma norma sobre a utilização da sexta dose, embora já estivesse a ser aproveitada em vários locais no país.

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Atualizado: Sobraram quatro frascos e a solução não foi encontrada pela ARS Norte, mas pelos profissionais de saúde.