O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol aplicou esta terça-feira um castigo de 45 dias de suspensão ao presidente do Sporting, Frederico Varandas, no seguimento das declarações que fez após o clássico com o FC Porto em Alvalade a meio de outubro contra a arbitragem de Luís Godinho no empate a dois a contar para a quarta jornada do Campeonato. Em paralelo, terá também de pagar uma multa pecuniária de 7.650 euros. De acordo com informações recolhidas pelo Observador, o processo chegou ao Conselho de Disciplina por parte da Comissão de Instrução da Liga e ficou pronto para acórdão a 29 de janeiro, com a decisão a surgir dez dias depois. Em paralelo, não foi realizada qualquer audiência disciplinar porque o visa prescindiu da mesma.

Varandas vai pela primeira vez à sala de imprensa criticar arbitragens e poderes instalados: “Se tivermos de gritar, gritamos bem alto”

Na altura, o número 1 verde e branco deslocou-se pela primeira vez à sala de imprensa de Alvalade desde que assumiu a liderança para criticar um lance de possível grande penalidade que foi assinalada pelo árbitro principal e depois revertida por indicação do VAR (com concordância de Luís Godinho), deixando depois outras “farpas” não só aos homólogos dos rivais diretos, FC Porto e Benfica, mas também à própria classe da arbitragem.

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O caso do clássico (com vídeo): Godinho marcou penálti, Zaidu foi expulso, VAR reverteu decisão e Amorim foi expulso

“Hoje o Sporting está triste porque perdeu dois pontos. Acho que o futebol português também está triste porque teima em não mudar. Já vi o lance várias vezes e só faço uma pergunta: este mesmo lance, este possível penálti, sabem quando é que era revertido no Estádio do Dragão ou na Luz? Nunca, nunca! O árbitro vê um empurrão nas costas e assinala penálti. Depois o VAR analisa se há intensidade, se é dentro ou fora da área, é o costume… O VAR só deve analisar um erro clamoroso. Se para mim é penálti? É. O jogador leva um encosto no ar, para mim é penálti. Foi marcado em Alvalade, é revertido. Mas também vi em Tondela o Doumbia ser pisado, o árbitro bem a mostrar o vermelho, o VAR a chamar, o árbitro a reverter em amarelo”, apontou então Varandas.

“São estas coisas que acontecem no futebol português mas sobretudo ao Sporting. O mesmo VAR não vê o vermelho direto ao Zaidu, qual é a dúvida? É por isso que acho que o futebol português devia estar triste. Infelizmente, em Portugal, para triunfar só por mérito é muito difícil. No futebol ainda mais. Não interessa se a pessoa foi apanhada em escutas, se tem processos judiciais, interessa é se tem poder, se ganhou e aí todos prestam vassalagem. O Sporting dá todo o apoio ao presidente da arbitragem mas já disse isto três vezes: se os soldados não prestam, encostam-se. E se virmos bem, há um denominador comum muitas vezes. Há valores dos quais o Sporting não abdica. Não vamos fazer o que se fazia, não vamos jogar sujo. Mas se tivermos de gritar, vamos gritar bem alto. Custe o que custar, vamos vencer pela nossa maneira”, acrescentou o líder leonino.

“O golo é limpo, tinham de ir ao VAR porque era preciso anular. Eram quatro pontos, começaram a tremer…”, acusa Varandas

De referir que, além dessa intervenção pública após o clássico, Frederico Varandas teve também um discurso duro no final do empate do Sporting em Famalicão, mais uma vez num jogo arbitrado por Luís Godinho.

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