Mamadou Ba acusa Nuno Melo de ser um “verdadeiro fascistoide” e um “cobardola” pela posição num debate na TVI que contou com a presença de Sebastião Bugalho, Nuno Melo e Joana Cabral. O dirigente do SOS Racismo acusa o eurodeputado centrista de ter sido “igual a si próprio” , chamando-lhe “um marialva trafulha que mente com todos os dentes”.
“Ainda assim, mostrou-se um cobardola que, ao mesmo tempo que exaltava a coragem do criminoso de guerra, não teve a coragem de assumir a sua concordância com a minha deportação proposta por uma petição, patrocinada pelo seu partido, entre outros. E, a dada altura, revelou o verdadeiro fascistoide que é, quando falou nas ‘pessoas de bem’, copiando o Ventura. Assina assim a certidão de óbito do CDS, entregando o espólio que resta ao chega”, escreveu o ativista no Facebook.
https://www.facebook.com/MBB1974/posts/10224608190660609
A publicação surge depois de uma semana em que muita tinta se escreveu sobre o tema. Depois de Mamadou Ba se ter referido a Marcelino da Mata como “um criminoso de guerra que não merece respeito nenhum” e ter dito que o luto nacional proposto pelo CDS “é uma afronta a todas e todos nós que herdamos dos horrores do colonialismo”, o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos pediu a “saída imediata” de do dirigente do SOS Racismo do grupo de trabalho para a Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação.
Petição para deportar ativista conta com mais de 15 mil pessoas. SOS Racismo repudia
Quase 15 mil pessoas aderiram, desde domingo, a uma petição pública virtual que exige a deportação do ativista antirracismo Mamadou Ba devido a comentários depreciativos sobre o falecido militar condecorado Marcelino da Mata e SOS Racismo repudiou, esta quinta-feira, o conteúdo das petições em causa.
Em comunicado, a associação sublinha que as posições de Mamadou Ba, “assentes no pleno exercício de uma democracia plural, têm sido alvo frequente de ataques que excedem o contraditório legítimo, para se instalarem no insulto, no ataque difamatório quando não da ameaça pessoal”.
Os peticionários reclamam que o ex-assessor parlamentar do BE e dirigente da associação SOS Racismo “proferiu declarações caluniosas no Twitter [rede social] contra o militar mais condecorado da História portuguesa, o tenente-coronel Marcelino da Mata, um dia depois do seu falecimento”, aos 80 anos, vítima de covid-19.
“Na sequência de uma opinião que nem sequer está isolada (várias pessoas e instituições condenaram os louvores a Marcelino da Mata), Mamadou Ba esteve no centro de várias petições solicitando a sua expulsão do país, uma delas com cerca de 15 mil assinaturas”, refere o SOS Racismo.
Na nota, o grupo, mostrou-se preocupado com a repercussão das petições no espaço público e a projeção nas redes sociais e media. Na opinião do SOS Racismo, as petições revelam a “permeabilidade do espaço público não apenas à calúnia e ao impropério, mas, principalmente, à mensagem que vê a deportação como punição adequada para uma espécie de delito de opinião”.
De acordo com o grupo, o “magnetismo exercido em certas instituições e partidos, dos mais recentes a alguns que se reclamam cofundadores da Democracia portuguesa, pelo ímpeto racista, pelo discurso do ódio, pela fúria nacionalista”. Por isso, o SOS Racismo repudia o conteúdo das petições, apelando a que outras pessoas e instituições se solidarizem, no zelo necessário para com uma sociedade democrática, plural e crítica.
Mamadou Ba criticou o CDS-PP por ter apresentado no parlamento um voto de pesar pela morte “do sanguinário Marcelino da Mata”. Segundo o ativista, o falecido fundador da tropa de elite “Comandos” terá declarado que nunca entregou “um turra (calão para combatente independentista africano) à PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) do regime fascista de Oliveira Salazar.
“Queixam-se do uso displicente do qualificativo ‘fascista’ e refutam a filiação ideológica ao fascismo. Mas investem na homenagem a figuras sinistras como Cónego Melo, Kaúlza de Arriaga e Marcelino da Mata. Marcelino da Mata é um criminoso de guerra que não merece respeito nenhum”, publicou ainda Mamadou Ba.
CDS-PP exige “saída imediata” de Mamadou Ba de grupo de trabalho contra o racismo
No domingo, o CDS-PP exigiu a “saída imediata” de Mamadou Ba do grupo de trabalho para a Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação, criado pelo Governo em janeiro, por ter insultado Marcelino da Mata.
Marcelino da Mata, o mais condecorado militar do Exército português, falecido na quinta-feira, serviu em mais de 2.000 operações na Guerra Colonial e, no pós-25 de Abril de 1974, foi detido e torturado por elementos da extrema-esquerda, exilando-se em seguida em Espanha até ao contragolpe do 25 de Novembro de 1975 (que acabou com o Processo Revolucionário Em Curso).
“Desrespeita os cidadãos e instituições portuguesas”. Chega queixa-se de ativista Mamadou Ba à PGR