Os pedidos de patentes internacionais aumentaram 4% em 2020, para um total de 275.900, evolução que mostra que a pandemia de Covid-19 não travou a inovação embora o registo de novas marcas tenha estagnado, foi revelado esta terça-feira.

De acordo com os dados divulgados terça-feira pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO, na sigla em inglês), o país que liderou os pedidos de novas patentes foi a China, com 68.729 e acima dos 59.193 pedidos em 2019, seguido dos Estados Unidos da América (59.230) e do Japão (50.520).

No “ranking” dos países com registo de maior número de pedidos de patentes, seguem-se, por esta ordem, a Coreia do Sul, Alemanha, França, Reino Unido, Suíça, Suécia e Holanda, este último com 4.035, menos 20 do que em 2019.

De acordo com os dados da WIPO, Portugal apresentou 269 pedidos de patente internacional, no ano em que a doença provocada pelo novo coronavírus foi declarada como pandemia, um aumento face aos 198 pedidos em 2019.

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Na América latina, o Brasil foi o país com maior destaque, surgindo em 27.º lugar no ranking, com 697 pedidos de patente.

Na análise por empresas, a chinesa Huawei manteve a liderança mundial nos pedidos de patentes, com 5.464, seguida pela sul coreana Samsung (3.093) e pela japonesa Mitsubishi (2.810). A também sul coreana LG surge, por seu lado, na 4.ª posição, com 2.759 pedidos, número que a levou a conquistar seis posições por comparação com o “ranking” de 2019.

Já no que diz respeito às instituições de ensino, os EUA lideram com a Universidade da Califórnia e o Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) a registarem, respetivamente, 559 e 269 pedidos.

O relatório da WIPO revela ainda que, por setores, a maior parte dos pedidos de patentes em 2020 estão relacionados com avanços na informática (9,2%), comunicação digital (8,3%) e tecnologia na área da medicina (6,6%).

Ainda que os dados mostrem que a inovação e novas patentes não foram afetadas pela pandemia, o mesmo não se passa no que diz respeito ao lançamento de novas marcas. Neste caso, e de acordo com a informação disponibilizada pela organização com sede em Genebra, observou-se uma queda de 0,6% face a 2019, para 63.800.

A WIPO atribui esta ligeira descida à desaceleração na introdução de novos produtos no mercado em função da crise sanitária mundial. Esta é, de resto, a primeira queda neste indicador desde a crise financeira de 2008, embora a descida não seja transversal, ou seja, há registo de menos novas marcas nos Estados Unidos, Alemanha e França, enquanto China e Reino Unido revelaram uma tendência oposta.

Em Portugal, o número baixou de 223 em 2019 para 188 no ano passado.

No que diz respeito ao lançamento de novas marcas, a farmacêutica suíça Novartis liderou em 2020 o “ranking” de empresas, com 233 novos pedidos, seguida da chinesa Huawei (197), da japonesa Shiseido (130) da alemã ADP Gauselmann e da francesa L’Oreal (115), que em 2019 tinha ocupado o primeiro lugar.