O Ministério Público confirmou esta quinta-feira recebeu “uma participação relacionada” com o caso do youtuber Windoh (Diogo Figueiras) que promoveu e vendeu cursos de criptomoedas de 400 euros através das suas redes sociais. Em resposta ao Observador sobre o caso específico do influencer, a Procuradoria-Geral da República (PGR) disse ainda que a “partição deu origem a um inquérito, o qual é dirigido pelo DIAP de Lisboa”.

Confirma-se a receção de uma participação relacionada com a matéria. Esta participação deu origem a um inquérito, o qual é dirigido pelo DIAP de Lisboa”, diz a PGR.

O Observador obteve esta resposta após ter questionado a PGR na passada terça-feira sobre os vídeos partilhados pelo hacker Redlive13 no qual este afirma que acedeu aos site do curso de criptomoedas promovido por Windoh e roubou dados. Na terça-feira, o youtuber afirmou a este jornal que tinha feito uma queixa na Polícia Judiciária (PJ) na sequência dos atos de Redlive13. Relativamente às questões sobre se este inquérito aberto é referente aos atos do hacker ou quanto às ações de Windoh e de outros youtubers, a PGR ainda não se pronunciou.

As críticas quanto a este tipo de conteúdos promovidos por youtubers tem sido frequente e já levou ao lançamento de uma petição online, que conta com milhares de assinaturas, a pedir para à Polícia Judiciária investigar este tipo de atividades promovidas pelos influencers. Ao Expresso, fonte da Polícia Judiciária já tinha avançado na quarta-feira que estava a “analisar” estas queixas. Em resposta ao Observador sobre ponto de situação dessa análise, a PJ referiu que, atualmente, essa componente do caso dos cursos de criptomoedas de youtubers ainda está a ser avaliada. “O assunto mereceu atenção, se se confirmar o ilícito, a PJ irá proceder”, referiu a entidade.

Após o hacker Redlive13, que terá sido o mesmo que entrou em aulas de Zoom de tele-escola em 2020, ter revelado os conteúdos do curso criado por uma empresa de Windoh, o youtuber publicou um vídeo na internet para justificar porque é que fez este produto. Contudo, como os conteúdos do curso de 400 sobre criptomoedas foram revelados, o influencer prometeu que ia devolver o dinheiro às 17 pessoas que compraram o curso — no dia anterior, ao Observador, o youtuber referiu que seriam apenas 16. Além disso, Windoh disse que ia publicar online todos os conteúdos do curso que vendia através da Black Network. Contudo, os conteúdos desse curso não foram ainda publicados.

Além de Windoh, Numeiro (João Barbosa) e David GYT, outros youtubers, têm sido criticados na internet pela publicidade que fazem a plataformas, como a Forex, que, alegam, ajudarão os seus seguidores a investir e ganhar dinheiro com criptomoedas. Hugo Medeiros, um youtuber que tem sido uma das vozes mais críticas destes casos na comunidade — apelidando-os de “burla” — , removeu um dos vídeos no qual fazia críticas a Windoh, Numeiro e David GYT após ter sido interpelado pelo advogado de João Barbosa para retirar o conteúdo da internet. De acordo com a carta enviada, à qual o Observador teve acesso, Hugo Medeiros é acusado por, alegadamente, estar a difamar Numeiro.

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