Desde o início do mês, tanto os internamentos gerais como os internamentos em cuidados intensivos caíram 61%. Os dados do boletim da DGS desta quinta-feira dão conta de menos 28 internamentos com Covid-19, para um total de 828, o que significa menos 1.337 do que no último dia de fevereiro. Há ainda menos 18 doentes em cuidados intensivos, num total de 187 camas ocupadas nestas unidades (menos 297 ao longo deste mês).
No caso dos internamentos em cuidados intensivos, que atingiu o nível mais baixo desde 21 de outubro, não tem havido um único dia em mais de um mês sem uma descida. Esta é a 34ª consecutiva. Desde que houve um pico de internamentos nestas unidades, a 5 de fevereiro (904), há uma redução de 717 doentes graves.
O valor agora atingido, de 187 doentes graves, permite cumprir a meta que era pretendida por Marcelo Rebelo de Sousa — uma de várias para que houvesse condições de desconfinamento. O Presidente da República tinha apontado para um máximo de 200 internamentos em cuidados intensivos.
O especialista Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, previu no passado dia 8 que a ocupação das camas nas unidades de cuidados intensivos com doentes Covid-19 atinja os 120 no final do mês. E sugeriu como linha vermelha para este indicador que não se voltasse a ultrapassar os 245 doentes graves, ou seja, a taxa de ocupação por causa da Covid-19 deverá ser inferior a 85% da capacidade de camas que foram criadas depois de a pandemia ter início, em março.
As linhas vermelhas para recuar no desconfinamento se a epidemia se descontrolar outra vez
No caso dos internamentos totais (que incluem os cuidados intensivos), atingem o valor mais baixo desde 9 de outubro (quando havia 811 camas ocupadas por causa da Covid-19). Na última semana ficaram vagas 274 camas. E desde o pico da pandemia, a 1 de fevereiro (6.869), há uma redução de 6.041 internados.
Quinta-feira com menos casos em seis meses e meio
As 485 novas infeções registadas nas últimas 24 horas são menos 142 do que no mesmo dia da semana passada (627). E será necessário recuar a 3 de setembro para encontrar uma quinta-feira com menos casos (418). Desde que começou a pandemia, houve 816.055 casos confirmados de infeção.
Lisboa e Vale do Tejo teve 235 dos 485 casos de infeção registados nas últimas 24 horas (48,5%). Seguem-se a região Norte (118 casos), Centro (51), Madeira (34), Alentejo (29), e Algarve (8). Os Açores não têm novos casos.
Os dados do boletim diário da DGS sobre a evolução da pandemia mostram ainda que há agora menos 116 casos ativos do que no dia anterior (-0,3%), o ritmo mais baixo desta série de 46 descidas consecutivas nos casos ativos.
No total, havia no último dia 34.713 casos ativos — tal como no dia anterior, o valor mais baixo desde 14 de outubro (quando havia 34.583 casos).
Há também mais 580 recuperados nas últimas 24 horas (para um total de 764.599 desde que começou a pandemia).
Esta quinta-feira foram ainda registadas 21 mortes, um aumento de seis face ao dia anterior (15) e um acréscimo de três face à quinta-feira da semana passada (quando foram assinaladas 18 óbitos por Covid-19). É ainda o terceiro dia consecutivo com crescimento no número de mortes — o que não acontecia desde o final de janeiro, entre 26 e 28 de janeiro — e o registo mais alto desde quarta-feira da semana passada (22).
Em todo o caso, são números bem distantes do pico da pandemia — a 31 de janeiro, a DGS chegou a reportar 303 óbitos. Há, desde então, uma redução de 282 face ao pico da pandemia.
Das 21 mortes registadas nas últimas 24 horas, Lisboa e Vale do Tejo teve 15 (71%), de acordo com o boletim da DGS. E 76% foram registadas nos escalões etários acima dos 70 anos (sete vítimas entre os 70 e os 79 anos e outras nove acima dos 80 anos). As restantes mortes tiveram lugar na casa dos 50 anos (um homem e uma mulher) e na casa dos 60 (três homens).