Milhares de israelitas manifestaram-se este sábado em Jerusalém para exigir a demissão de Benjamin Netanyahu, frente à residência oficial do primeiro-ministro cessante que joga a sobrevivência política nas legislativas de terça-feira, as quartas em menos de dois anos.

Os manifestantes reúnem-se regularmente desde junho de 2020 na rua Balfour para demonstrar o seu descontentamento face ao mais duradouro dos primeiros-ministros israelitas, 12 anos em interrupção no poder.

Netanyahu, 71 anos, é também o primeiro chefe de Governo israelita em funções a ser indiciado por corrupção em três casos nos quais clama a sua inocência.

Nos últimos meses, o movimento anti-Netanyahu ganhou amplitude e a concentração de hoje foi das mais significativas em termos de participação.

A polícia apelou aos habitantes de Jerusalém para permanecerem afastados do protesto e das vias que conduziam ao local.

A campanha eleitoral para as quartas eleições legislativas em menos de dois anos decorreu em simultâneo com uma vasta campanha da vacinação contra a doença Covid-19, o principal argumento eleitoral do primeiro-ministro cessante.

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Cerca de 50% da população já recebeu as duas doses da vacina na sequência de um acordo com o laboratório germano-norte-americano Pfizer-BioNTech e que permitiu uma entrega rápida de doses em troca de uma partilha de dados médicos.

As sondagens fornecem ao Likud (direita), o partido de Netanyahu, entre 27 e 30 dos 120 lugares do Knesset (parlamento), em primeiro lugar face aos seus adversários mas ainda insuficiente para garantir com os aliados os 61 deputados necessários para formar um novo governo.

Nas três últimas campanhas eleitorais, Netanyahu enfrentou o mesmo rival: o centrista Benny Gantz, antigo chefe de estado-maior das Forças Armadas.

Após três duelos sem vencedor, formaram um Governo de união na primavera de 2020, que se desagregou no início do inverno.

Desde esse acordo que a popularidade de Gantz caiu abruptamente, e neste escrutínio Netanyahu enfrenta o centrista Yair Lapid e dois candidatos à sua direita: Gideon Saar, um ex-Likud que fundou o partido Nova Esperança, e o representante da direita nacionalista mais radical, Naftali Bennett.