O objetivo era ter 1,4 milhões de pessoas vacinadas por esta altura, mas o total ainda não chega a um milhão. Do lado do Governo justifica-se com o atraso na entrega das vacinas, mas no terreno encontram-se outros motivos. A ideia de convocar por SMS é um dos maiores constrangimentos notados nesta primeira fase de vacinação em que a grande maioria das pessoas são já idosas. A seleção de pessoas a vacinar, segundo os critérios definidos, só pode ser feita por profissionais de saúde o que bloqueia recursos durante várias horas (ou dias). Ao Diário de Notícias o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Nuno Jacinto, aponta que “há centros de saúde que chegam a ficar só com um dia ou dois na semana para vacinar utentes” considerando todos os constrangimentos que enfrentam.

Desde logo, o número de vacinas que serão recebidas na semana seguinte só é comunicado à sexta-feira, começando a convocatória à segunda só será possível agendar para a sexta-feira seguinte uma vez que o sistema informático só permite agendar com quatro dias de intervalo. Depois de serem informados do número de vacinas há que convocar as pessoas. Caso o SMS falhe é necessário contactar telefonicamente cada uma das pessoas o que, segundo Nuno Jacinto, acaba por atrasar o andamento do processo. O responsável diz que “é quase impossível avançar com um prazo para o final da primeira fase da vacinação”.

“Temos de assegurar tudo isto e com a questão dos prazos para as convocatórias há centros de saúde que ficam com um ou dois dias para vacinar”, aponta o médico notando ainda que há unidades que não têm sequer o sistema que permite enviar os SMS.

Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar a necessidade de uma programação com mais tempo “é uma das questões que os médicos de família têm colocado todas as semanas em cima da mesa”, mas que continua por resolver.

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