O número de eventos tromboembólicos depois da administração da vacina da AstraZeneca é menor do que para outras vacinas contra a Covid-19, no entanto, a taxa de mortalidade verificada até ao momento foi maior para a vacina anglo-sueca, reportou o comité de segurança da Agência Europeia do Medicamento (PRAC), num relatório divulgado esta quarta-feira.
O relatório indica também que, até ao dia 11 de março, tinham sido reportados 269 casos de eventos embólicos ou tromboembólicos na plataforma EudraVigilance, da Agência Europeia do Medicamento (EMA), 202 deles foram graves. Dos 269 casos, 224 foram registados no Reino Unido e 30 no Espaço Económico Europeu.
A maior parte dos casos registados (60%) aconteceram em mulheres e a média de idades situava-se nos 70 anos. Dos casos no Espaço Económico Europeu (EEE), 14 pessoas tinham fatores de risco para o desenvolvimento de eventos tromboembólicos, como hipertensão, problemas na tiroide, obesidade ou hepatite crónica.
Dos 269 casos, 45 casos resultaram na morte dos doentes. No EEE houve sete vítimas mortais, que tinham entre os 24 e os 60 anos.
A EMA indica que, com base nos casos analisados, não foi encontrado nenhum fator de risco específico associado à idade, género ou historial clínico de coagulação. Não foi possível ligar estes eventos raros à administração da vacina, “mas é possível e a investigação vai continuar”.
Esta quarta-feira, a diretora da EMA disse que o regulador está a investigar 62 casos de coágulos sanguíneos em todo o mundo, 44 deles no EEE — onde já 9,2 mihões de pessoas já receberam pelo menos uma dose da vacina, reportou a Reuters.
O relatório do comité de segurança especifica que foi detetado um padrão temporal (os eventos aconteciam depois da vacinação) e que o problema mais comum reportado foi um baixo nível de plaquetas. O relatório também indica a maioria dos doentes eram mulheres adultas jovens, mas isso também pode ser justificado por, eventualmente, este ser o grupo de pessoas com mais vacinas da AstraZeneca dadas.