O campeonato Extreme-E, reservado a buggies 4×4 eléctricos, realizou a primeira das cinco provas previstas para a época de estreia. A corrida de Al-Ula, na Arábia Saudita, a que se seguirá o Lago Rosa (no Senegal), Kangerlussuaq (Gronelândia), Pará (Brasil) e Tierra Del Fuego (Argentina), permitiu ver em acção os veículos, bem como testar o sistema de competição. Esta prevê diversas sessões de treinos de qualificação, seguidas de corridas de eliminação, repescagem e, por fim, a final, todas elas realizadas numa pista curta, rodeada de paisagens espectaculares espalhadas por alguns dos locais mais belos do planeta.
O Desert X Prix, em Al-Ula, disputado no último fim-de-semana, teve 9 equipas à partida, todas elas formadas por um piloto e uma piloto, com alguns nomes que já arrastaram multidões em outros tipos de competição, do mundial de ralis ao mundial de F1, passando pelo Ralicross, DTM, WTCC e 24 Horas de Le Mans.
As sessões de qualificação serviram para “afinar” carros e pilotos, mas igualmente para ver quem tinha unhas para a “viola” que é o Odyssey 21, o buggy com quatro rodas motrizes, 1.650 kg e 544 cv (400 kW), capaz de ir de 0-100 km/h em apenas 4,5 segundos. Calculava-se que o estatuto de piloto mais rápido se iria decidir entre Sébastien Loeb e Carlos Sainz (que pilotava para a equipa do seu filho, actual piloto da Ferrari), sempre com um olho nos homens do ralicross, Timmy Hensen e Johan Kristofferson, sem esquecer o piloto da Cupra, Mattias Ekström. Era ainda curioso ver até onde poderia ir Jenson Button, ele que estreava a sua equipa, a JBXE, num terreno que o ex-piloto de F1 está longe de ser especialista.
No final do primeiro dia do Desert X Prix, disputado na pista desenhada na areia saudita, estava na liderança o Odyssey 21 da equipa X44, de Lewis Hamilton, com Sébastien Loeb e Cristina Gutiérrez, mas o segundo dia assistiria à recuperação da equipa de Nico Rosberg, a Rosberg X Racing (com Johan Kristofferson e Molly Taylor) e da Andretti United (com Timmy Hensen e Catie Munnings).
A Rosberg X Racing sagrar-se-ia vencedora do Desert X Prix, após as duas voltas ao traçado e uns minúsculos 17,6 km, deixando a 23,73 segundos a Andretti United e a X44 a 1 minuto 38,09 segundos. Após os lugares do pódio, a Acciona /Sainz XE Team foi 4ª (Carlos Sainz e Laia Sanz), classificando-se à frente da Hispano Suiza XITE Energy Team (Oliver Bennett e Christine Zonca), da JBXE (Jenson Button e Mikaela Kottulinsky) e da ABT Cupra XE (Mattias Ekström e Claudia Hürtgen). As duas últimas posições ficaram para a Segi TV Chip Ganasse Racing (com Kyle LeDuc e Sara Price) e a Veloce Racing (Stéphane Sarrazin e Jamie Chadwick).
De lamentar que apenas a Cupra esteja presente oficialmente enquanto construtor neste arranque da Extreme-E, esperando-se que este ano corra bem para que surjam mais marcas nas próximas edições da competição. Um pouco à semelhança do que aconteceu na Fórmula E, disciplina também criada por Alejandro Agag, que este ano já usufrui do estatuto de campeonato do mundo FIA. Veja aqui como funciona o Extreme-E.