O chefe da diplomacia ucraniana será recebido na terça-feira na NATO para conversas sobre as tensões causadas pelos movimentos de tropas russas na fronteira com as áreas mantidas pelos separatistas apoiados por Moscovo.

Dmytro Kuleba será recebido na terça-feira de manhã pelo secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, antes de participar numa reunião da comissão NATO-Ucrânia, informou esta segunda-feira a Aliança Atlântica. O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, também é esperado em Bruxelas, de terça a quinta-feira, “para consultas com aliados da NATO e autoridades europeias”, disse o porta-voz da Aliança, Ned Price. Jens Stoltenberg também receberá o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, na quarta-feira, com a situação na Ucrânia no topo da agenda de discussão.

No domingo, os Estados Unidos avisaram Moscovo de que haveria “consequências” na eventualidade de um ataque militar russo contra a Ucrânia, mas o Kremlin respondeu que não tencionava fazer qualquer movimentação agressiva contra o país vizinho.

Os Estados Unidos discutiram o assunto com a França e a Alemanha, e Blinken lembrou numa entrevista televisiva que “há agora mais tropas russas concentradas na fronteira (ucraniana) do que em qualquer momento desde 2014, quando da primeira invasão russa”.

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu na semana passada à NATO para acelerar a adesão do seu país, para enviar um sinal à Rússia, mas a Aliança está a observar a maior cautela neste pedido, com medo de uma instrumentalização política.

Ucrânia e Rússia têm-se acusado mutuamente por responsabilidade direta no aumento da intensidade do conflito e, esta semana, o Kremlin já admitiu que reforçou o contingente militar ao longo da fronteira entre os dois países, provocando reações de preocupação por parte da União Europeia e dos Estados Unidos.

O confronto armado entre as forças ucranianas e rebeldes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia, que começou em 2014, já custou a vida de cerca de 14.000 pessoas, em sete anos, de acordo com a ONU.