Portugal vai apoiar com 250 mil euros projetos de organizações não-governamentais para o desenvolvimento (ONGD) na província moçambicana de Cabo Delgado, ao abrigo do mecanismo de resposta rápida a emergências, foi esta setxa-feira anunciado.

Face ao agravar da situação na província de Cabo Delgado, em Moçambique, foi decidido ativar o Instrumento de Resposta Rápida (IRR) para Ações de Emergência, coordenado pelo Camões — Instituto da Cooperação e da Língua”, adiantou este organismo em nota. “Através do IRR serão disponibilizados 250 mil euros para financiar intervenções de ONGD em Cabo Delgado”, acrescentou.

De acordo com o instituto Camões, a ativação do IRR soma-se a outros apoios que a cooperação portuguesa está a canalizar para esta província moçambicana, quer a nível bilateral, quer a nível multilateral através de diversas agências das Nações Unidas. Os projetos aprovados no âmbito do IRR serão divulgados a partir de 26 de abril.

Portugal apoia já cinco projetos financiados pelo Mecanismo de Reconstrução para Moçambique, acionado pelo Governo português, na sequência do ciclone Idai, que há dois anos atingiu o centro daquele país. O fundo, constituído no âmbito na cimeira Portugal-Moçambique, em julho de 2019, foi cofinanciado pelo Orçamento de Estado de Portugal e por doações de entidades públicas e privadas no valor de 1,9 milhões de euros.

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Os projetos foram também selecionados através de concurso e estão no terreno desde fevereiro de 2020 com duração prevista de dois anos. Apoiar, Fundação Fé e Cooperação, Helth4Moz, Helpo e Oikos foram as organizações escolhidas, às quais se juntaram outras em consórcio, para a implementação das ações no terreno.

Os projetos escolhidos são na área da saúde, com intervenções previstas na resposta às necessidades básicas, melhoria do acesso à saúde materna e infantil e recuperação de estruturas médicas, bem como na recuperação da produção agrícola e promoção de resiliência das comunidades aos desastres climáticos.

A violência armada em Cabo Delgado começou há mais de três anos, mas ganhou uma nova escalada há mais de duas semanas, quando grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, a cerca de seis quilómetros dos multimilionários projetos de gás natural.

Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária em que já morreram mais de 2.500 pessoas e 700 mil pessoas estão deslocadas desde o início do conflito.