O Presidente da República defendeu que o consenso político é preciso como necessário para combater a pandemia, apontando que, em Portugal, “mais de 80% dos partidos” aceitou “o longo de mais de um ano o estado de emergência, os confinamentos e os desconfinamentos”. Marcelo Rebelo de Sousa prestou declarações em Andorra, antes da cerimónia de abertura da XIII Encontro Empresarial cimeira, prevista para as 19h00 de Lisboa.

Em Portugal, mais de 80% dos partidos e os deputados no Parlamento aceitaram ao longo de mais de um ano o estado de emergência, os confinamentos e os desconfinamentos, mesmo quando discordam em pontos de pormenor”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou também que, desde março, houve “reuniões a cada 15 dias entre epidemiologistas, sanitaristas, Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, Governo, líderes de todos os partidos parlamentares para discutir e para projetar o futuro na crise pandémica”. “Consenso político ainda é preciso neste momento e no futuro. Porque se trata de uma questão global. Não se trata de uma questão eleitoral, de uma questão partidária, de uma questão de um grupo social ou económico. É de todos”, defendeu, acrescentando: “Estamos todos no mesmo barco, ninguém se salva sozinho”

Logo no primeiro ponto do programa, ao início da tarde, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, assim como o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, receberam representantes da comunidade portuguesa em Andorra.

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Uma comunidade que é a segunda maior estrangeira do principado – composta por cerca de 10.500 pessoas – logo após a espanhola, e que representa aproximadamente 14% da população total do principado. Os portugueses em Andorra são maioritariamente originários do norte de Portugal e dedicam-se principalmente ao comércio, à construção civil e à hotelaria.

Em setembro de 2019, o Presidente da República fez uma visita oficial a Andorra de cerca de 24 horas, tendo sido acolhido nas ruas da capital, Andorra-a-Velha, por cerca de duas centenas de emigrantes portugueses e lusodescendentes. Após este encontro, Marcelo Rebelo de Sousa participa na “cerimónia de boas-vindas e saudação às bandeiras” da cimeira ibero-americana que decorrerá em formato semipresencial por causa da pandemia de Covid-19.

Além dos chefes de Estado e de Governo de Portugal, estarão presentes na cimeira o rei e o primeiro-ministro de Espanha, e os presidentes da Guatemala e da República Dominicana. Os chefes de Estado da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, México, Costa Rica, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Panamá e Cuba participam por videoconferência.

O primeiro-ministro fará duas intervenções. António Costa falará primeiro num painel sobre “reforço da capacidade de preparação e resposta nacional, regional e global face a futuras pandemias”, debruçando-se, em concreto, sobre as lições dadas à escala mundial pela pandemia de Covid-19. A seguir, pouco depois de uma intervenção por videoconferência do Presidente de França, Emmanuel Macron, o líder do executivo português aborda a questão relativa às reformas do sistema multilateral ao nível da saúde que devem ser feitas com urgência.

A questão da Covid-19 vai ser um dos temas centrais desta Cimeira Ibero-Americana, a par das matérias relacionadas com o desenvolvimento sustentável, a inovação e a cooperação.

Nesta cimeira, segundo fonte diplomática portuguesa, os chefes de Estado e de Governo ibero-americanos deverão adotar uma declaração de natureza política, denominada “Compromisso de Andorra”, em matéria de Inovação e desenvolvimento sustentável, tendo em vista conferir maior operacionalidade ao programa de ação acordado.

Ainda segundo a mesma fonte, durante a cimeira, deverão igualmente ser aprovadas três Iniciativas de cooperação ibero-americana, entre as quais uma proposta de Portugal sobre cidadania global para o desenvolvimento sustentável, assim como dezasseis comunicados especiais apresentados por Estados-membros desta organização e que abordam temas como o acesso equitativo e universal às vacinas contra a Covid-19.

[Artigo atualizado às 16h14 com as declarações do Presidente da República]