O Presidente da República entregou o Prémio Pessoa 2020 à investigadora Elvira Fortunato, que considerou que tem feito um percurso com “toque de génio” e que apontou como exemplo para as jovens que querem ser cientistas.

Na cerimónia de entrega deste prémio, pelo segundo ano consecutivo em formato restrito devido à pandemia de covid-19, Marcelo Rebelo de Sousa congratulou-se pela distinção de uma cientista no atual contexto.

“Num ano em que a luta contra a pandemia tomou conta da nossa sociedade e em que a ciência se tornou o ator principal na peça de teatro das nossas vidas é um muitíssimo merecido reconhecimento”, declarou o chefe de Estado, numa intervenção registada e divulgada pela SIC e pelo Expresso.

O Presidente da República assinalou que Elvira Fortunato, especialista em microeletrónica e optoeletrónica, tem manifestado no seu trabalho de investigação “um interesse particular nas questões ambientais, tão importantes para a sustentabilidade do planeta, através do uso do papel que é um material reciclável e de baixo custo”.

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E realçou que a cientista, professora catedrática e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa tem uma “extensa lista de prémios” e recebeu duas bolsas do Conselho Europeu de Investigação.

“Por tudo isto, a vencedora deste ano é um modelo para as jovens deste país que queiram ser cientistas”, sustentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Segundo o Presidente da República, Portugal destaca-se a nível internacional “em termos de número de mulheres com doutoramento, com os últimos números a mostrarem que há uma percentagem mais elevada de mulheres com doutoramento do que de homens”.

“São cientistas como a premiada de hoje que inspiram as novas gerações para que sigam um percurso na área da ciência com projeção crescente no futuro. Trata-se de um exemplo do que de melhor se faz em ciência no nosso país, mas por todo o mundo”, reforçou.

No seu entender, o percurso de Elvira Fortunato demonstra, por outro lado, que “é possível ter uma carreira de merecido reconhecimento internacional tendo a sua atividade profissional em Portugal, no caso, no concelho de Almada, a partir da Universidade Nova de Lisboa”, onde se licenciou, fez mestrado e doutoramento e hoje é professora e vice-reitora.

No final do seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa felicitou uma vez mais a premiada “agradecendo-lhe o ser um exemplo para tantas jovens portugueses”.

O Presidente da República pediu a Elvira Fortunato que “continue a surpreender” e a mostrar que “a ciência não tem fronteiras ou limites”.

“E que o patamar de qualidade e reconhecimento internacional a que já nos habituou seja sempre infinito, como infinito é o toque de génio que tem caracterizado o seu percurso”, acrescentou.

O Prémio Pessoa é atribuído anualmente há mais de 30 anos a uma personalidade nacional que se tenha destacado nas áreas cultural, literária, científica, artística ou jurídica.

É uma iniciativa do jornal Expresso, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, e tem atualmente o valor de 60 mil euros.