A Toyota fez saber que está a adaptar um motor de combustão a gasolina à queima de hidrogénio, uma opção estranha em termos de eficiência e até de emissões nocivas.

A marca nipónica explica que se trata de um motor para equipar um modelo da casa numa competição específica, mas embora apresente vantagens em relação à queima de combustíveis fósseis, esta não é uma opção isenta de pormenores negativos.

De todos os construtores que operam no mercado global, a Toyota figura entre os que mais investem no hidrogénio como solução para a indústria automóvel. O construtor nipónico é conhecido por utilizar células de combustível a hidrogénio, as conhecidas fuel cells, em modelos como o Mirai, tendo sido o fabricante que produziu a maior quantidade de veículos eléctricos capazes de gerar internamente a electricidade de que necessitam.

Produzir hidrogénio verde, ou seja, a partir de fontes renováveis, para de seguida gerar a electricidade (com as fuel cells) que alimenta o motor eléctrico garante uma eficiência total de 50% a 60%, que é precisamente a solução que a Toyota persegue no Mirai, ou a Hyundai no Nexo.

A opção que agora foi anunciada, de adaptar um motor a gasolina para a queima de hidrogénio, tem como limite uma eficiência de 20% a 25% às rodas, sobretudo devido ao motor de combustão, que tal como acontece quando funciona a gasolina, tem eficiências muito baixas. Quer isto dizer que obriga a um maior gasto em hidrogénio e à presença de depósitos a bordo de maiores dimensões.

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Mas talvez a maior limitação da queima de hidrogénio em motores de combustão seja a libertação de óxidos de azoto, ou Nox, um poluente que é mau para a saúde e para o ambiente. Não que o hidrogénio contenha azoto, mas este existe no ar que é necessário para alimentar a combustão.

O motor que a Toyota adaptou é o três cilindros com 1,6 litros e um turbocompressor que está ao serviço do Yaris GR, que na versão a gasolina fornece 261 cv. Esta versão a hidrogénio visa motorizar um veículo de competição com base no Corolla. O objectivo é participar numa das provas de resistência organizadas ao abrigo da Super Taiko, que arrancam a 21 de Maio.