A nova lancha de patrulhamento costeiro da GNR, batizada ‘Bojador’, fez esta sexta-feira a sua viagem inaugural e, com um custo de 8,5 milhões de euros, tem como missão principal reforçar a capacidade de deteção e vigilância.
A Bojador vai reforçar os meios da Unidade de Controlo Costeiro (UCC) da Guarda Nacional Republicana e foi adquirida no âmbito do Fundo para a Segurança Interna, e na viagem inaugural, entre Alcântara e Oeiras, seguiram a bordo o ministro da Administração Interna, o comandante-geral da GNR e o comandante da UCC.
Esta lancha de patrulhamento costeiro permite estar mais tempo em mar, mais tempo a cumprir as atribuições e competências da UCC da GNR a nível da vigilância, interceção e controlo de embarcações, quer de outros tipos de fenómenos de criminalidade transnacional que possam ameaçar a fronteira marítima”, disse à agência Lusa o comandante da Unidade de Controlo Costeiro.
João Nascimento precisou que a lancha “é maioritariamente dedicada ao patrulhamento e fiscalização” da área territorial da GNR em Portugal Continental, mas, “se existir necessidade em deslocar um meio adicional para as regiões autónomas”, a embarcação é extensível aos Açores e à Madeira.
O mesmo responsável explicou que a ‘Bojador’, a maior embarcação de sempre ao serviço da GNR, tem sensivelmente 35 metros, três motores que debitam 1.600 cavalos e capacidade para ter a bordo uma tripulação de mais de 10 elementos.
“Quando há necessidade de intervenção tática, nomeadamente com outras valências da Guarda, está preparada para intervenções mais musculadas em meio marítimo e também cinotécnica para efeitos de fiscalização de embarcações com suspeitas, por exemplo, de estarem envolvidas em trafico de droga”, frisou.
João Nascimento acrescentou que a lancha foi adquirida no âmbito do fundo para a segurança interna e obedeceu aos requisitos técnicos e operacionais da agência europeia de controlo de fronteiras Frontex.
“A Frontex tem um requisito de tipologia de embarcações que ao seu serviço tem que obedecer, foi este o caso. A lancha foi adquirida na perspetiva de poder ser empenhada em missões Frontex”, salientou.
O ministro da Administração Interna disse que o novo navio significa um reforço decisivo do papel da GNR como guarda costeira, permitindo uma capacidade de vigilância costeira com grande autonomia, até 1.500 milhas”.
O ministro avançou que a vigilância costeira está neste momento em pleno funcionamento na Região Autónoma da Madeira, onde existem quatro radares e “muito brevemente” terá uma embarcação de dimensão pouco menor que a Bojador. Eduardo Cabrita disse ainda que se está a trabalhar, neste momento, no alargamento do sistema de vigilância costeira aos Açores.
A UCC é a unidade especializada responsável pelo cumprimento da missão da GNR em toda a extensão da costa e no mar territorial, com competências específicas de vigilância, patrulhamento e interceção terrestre ou marítima em toda a costa e mar territorial do continente e das regiões autónomas, competindo-lhe, ainda, gerir e operar o Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC), distribuído ao longo da orla marítima. A UCC tem um total de 48 embarcações.