O Governo olha para a subida do R(t) e para o facto de este estar acima de 1 como um “sinal de alerta”. Na conferência de imprensa depois do Conselho de Ministros, a ministra da Presidência alertou que é preciso tomar “medidas de cautela” e promover um “reforço da testagem” nos locais com valores mais elevados , mas também explicou que o R(t) “tem oscilado bastante” e que, apesar disso, na matriz de risco Portugal está “claramente em verde”.

Sobre a possível ligação entre o aumento da transmissão e a relação da mesma com os festejos do campeonato nacional após a vitória do Sporting, Mariana Vieira da Silva argumentou que “na semana passada já era visível o crescimento do R(t)” e recusou comentar a possível relação entre os dois fatores, frisando que “não cabe ao Governo comentar a causa” mas sim “ver onde é significativo o aumento e responder com medidas de saúde pública”. “Não me sentiria capaz de tirar tais conclusões”, disse ainda, repetindo que “procurar causas não é da competência do Governo”.

Já a pensar nos próximos tempos, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, reforçou a ideia de que foi pedida uma reavaliação aos peritos tendo em conta que, em junho, “a quase totalidade da população em maior risco estar vacinada”. A avaliação em causa tem várias dimensões e, segundo a governante, “olhará para as restrições que estão em vigor para analisar se pode em alguns casos pode haver mudanças de regras”. E quanto à reunião do Infarmed onde deverão ser apresentados estes novos dados, já com os números da vacinação incluídos, para planear o desconfinamento para lá de maio, a ministra explicou que ainda “não foi encontrado calendário”, mas garantiu, no entanto, que o Governo não tomará novas medidas sem essa reunião.

“Não estamos num momento em que possamos dizer que a pandemia acabou, há preocupações que se mantêm e são muito significativas e especialmente duras para alguns setores”, admite a ministra, frisando que “quando mantemos a pandemia controlada a economia também sobrevive melhor”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Desconfinamento. Resende avança finalmente e Odemira volta a recuar juntamente com Montalegre

Nesta nova fase de desconfinamento há dois concelhos que recuam (Montalegre e Odemira), dois que não avançam (Lamego e Arganil) e Resende que, tendo recuperado em relação há 15 dias, segue para a próxima fase. Depois do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva anunciou que “a grande maioria dos concelhos está no nível de desconfinamento máximo”, mas deixou um alerta de que “o país entrou num nível de crescimento da pandemia” para o qual se tem de “olhar com atenção”.

Estes quatro concelhos entram agora na terceira fase de desconfinamento, com as regras estabelecidas inicialmente para 19 de abril. Relativamente ao concelho de Odemira, a ministra da Presidência explicou que está “todo na mesma situação”, sem cerca sanitária. “Apesar do recuo, a situação é significativamente melhor do que há um mês”, realçou, frisando que a providência cautelar da freguesia de São Teotónio já não se aplica. Mariana Vieira da Silva argumentou ainda que as decisões tomadas nas últimas semanas “fizeram com que o número neste concelhos descesse significativamente”.

Além das mudanças nos níveis de desconfinamento, há ainda 10 concelhos em situação de alerta por se encontrarem com mais de 120 mil casos por cem mil habitantes, sendo eles Albufeira, Castelo de Paiva, Golegã, Fafe, Lagoa, Oliveira do Hospital, Santa Comba Dão, Tavira, Vila do Bispo e Vila Nova de Paiva. Por outro lado, houve recuperações nos concelhos de Alvaiázere, Melgaço, Resende, Torres Vedras, Vale de Cambra e Vila Nova de Poiares.