O Tribunal Económico de Ismaília decidiu adiar para 20 de junho a decisões sobre o navio que bloqueou o canal do Suez durante quase uma semana, permitindo assim mais tempo para negociações sobre a indemnização. De acordo com agência de notícias AP, a empresa japonesa dona do porta-contentores, a Shoei Kisen Kaisha, apresentou uma nova proposta para a indemnização devido ao bloqueio originado pelo seu navio, num valor ainda não revelado.

A disputa, agora em tribunal, centra-se na compensação que a Autoridade do Canal do Suez está a pedir pelo resgate do navio “Ever Given”, que encalhou em março, bloqueando o trânsito marítimo durante seis dias.

Num primeiro momento, a Autoridade pediu 916 milhões de dólares (751 milhões de euros), mas depois desceu o valor para 550 milhões de dólares (451 milhões de euros), disse o gestor do canal, Osama Rabie.

A Shoei Kisen Kaisha ofereceu então 150 milhões de dólares (123 milhões de euros), mas o valor foi rejeitado pela gestão portuária, que argumentou que não chegava para cobrir a operação de resgate, os custos do canal bloqueado e a perda de receita em taxas originada pelo bloqueio do “Ever Given”.

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O navio, de 400 metros e com uma capacidade de 200.000 toneladas, bloqueou a circulação no Canal do Suez depois de encalhar e ter-se atravessado em 23 de março, até que se conseguiu rebocá-lo, após várias tentativas, seis dias depois.

Numa primeira estimativa após o incidente, a Autoridade do Canal de Suez calculou perdas entre 12 e 15 milhões de dólares (entre 10 e 12,8 milhões de euros) por cada dia que o “Ever Given” bloqueou a passagem marítima, gerando um grande engarrafamento.

Mais de 400 embarcações de diferentes tipos chegaram a acumular-se no mar Vermelho e no mar Mediterrâneo a aguardar a possibilidade de atravessar o canal, por onde passa mais de 10% do comércio marítimo mundial.