O líder da oposição israelita Yair Lapid, encarregue de formar Governo, anunciou esta quarta-feira que conseguiu fechar um acordo com as forças da oposição para formação de um Executivo que destituirá do poder o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

A nova coligação governamental, composta por partidos de quase todo o espectro ideológico, incluindo um partido árabe, o que acontece pela primeira vez, será liderada durante os primeiros dois anos pelo ultranacionalista religioso Naftali Benet, que será substituído pelo centrista Yair Lapid nos dois seguintes, noticiou a agência EFE.

O anúncio acontece depois de o partido árabe israelita Raam, liderado pelo islâmico Mansour Abbas, ter formalizado o seu apoio ao projeto de coligação anti-Netanyahu. Abbas “assinou o acordo de coligação para formar um governo de unidade”, adiantou em comunicado o gabinete do líder da oposição Yaïr Lapid, citado pela agência France-Presse.

Os adversários do primeiro-ministro israelita cessante, Benjamin Netanyahu, tinham apenas algumas horas para anunciar esta quarta-feira um acordo visando conduzir o país a uma “nova era” e acabar com mais de dois anos de crise política.

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As negociações para a formação de um novo Governo juntaram nos últimos três dias as equipas dos principais dirigentes da esquerda, do centro e de uma parte da direita, como a da Yamina, a coligação do líder da direita radical, Naftali Bennett, previsto como futuro primeiro-ministro no quadro de uma rotação no poder.

A adesão do Raam ou da outra formação árabe israelita, a Lista Unida, resolveria o problema do campo anti-Netanyahu, que precisava de mais quatro deputados para atingir os 61 (a maioria no parlamento de 120 lugares) necessários para formar um governo.

O conflito com os palestinianos, o relançamento económico, o lugar da religião: tudo no papel divide a heterogénea coligação anti-Netanyahu com exceção da vontade de afastar o primeiro-ministro com 15 anos no poder, os últimos 12 consecutivamente. A ser julgado por corrupção em três casos diferentes, Netanyahu é o primeiro chefe do governo israelita acusado durante o mandato.

Artigo atualizado às 22h10