PSD, PS, CDU, BE, PPM e Volt já apresentaram os nomes que vão encabeçar a corrida à Câmara do Porto, atualmente liderada por Rui Moreira, que ainda não anunciou uma eventual recandidatura, mas a quem o CDS já manifestou apoio.

“Estaremos uma vez mais disponíveis para apoiar e pela terceira vez ganharmos as eleições para a Câmara do Porto”, afirmou o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, ao anunciar o apoio do partido à eventual candidatura do independente a um terceiro mandato. Em março, o apoio do CDS-PP foi reforçado, desta vez pelo presidente da distrital do Porto, Fernando Barbosa, que sublinhou que o “compromisso” entre o partido e Rui Moreira seria “para cumprir”.

O movimento independente “Porto, O Nosso Movimento”, liderado por Rui Moreira, aprovou por aclamação, em setembro de 2020 e em assembleia de associados, uma moção de apelo para que o autarca se recandidate.

Em 2013, com o apoio do CDS, que teve direito a um vereador, Rui Moreira foi o primeiro independente eleito presidente da Câmara do Porto, com 39,25% dos votos. Em 2017, com uma candidatura assente em “contas à moda do Porto”, o independente conseguiu 44,5% dos votos, conquistando a maioria absoluta na vereação da Câmara Municipal, ao eleger sete vereadores.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Rui Moreira, que ainda não formalizou a candidatura, sublinhou, contudo, que a decisão do Tribunal de Instrução Criminal de o levar a julgamento no processo Selminho “não interferirá” na sua avaliação.

Desiludam-se, pois, os que pensam que este processo me afasta de continuar a lutar pela cidade que amo”, assegurou.

Nas anteriores eleições autárquicas, em 2017, o Partido Socialista obteve 28,55% dos votos, elegendo quatro vereadores na autarquia.

O segundo partido mais votado na cidade já tem candidato à Câmara do Porto. Trata-se do secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, como foi noticiado esta terça-feira.

A escolha não será, no entanto, pacífica. Até aqui, previa-se que a escolha recaísse numa de três opções: Manuel Pizarro (eurodeputado e presidente da distrital, candidato nas duas eleições anteriores), Tiago Barbosa Ribeiro (presidente da concelhia, com apoio da estrutura local) ou José Luís Carneiro (secretário-geral adjunto do PS). Embora todos tivessem manifestado disponibilidade, nos últimos dias Barbosa Ribeiro e Carneiro tinham deixado claro que já não estariam interessados em avançar. A decisão estaria nas mãos de António Costa.

Mesmo assim, várias fontes socialistas transmitiram ao Observador descontentamento com a decisão, que alguns desconfiam poder estar relacionada com uma hipótese de acordo com Rui Moreira e com uma “desistência” do PS em relação à Câmara do Porto, dada a pouca notoriedade do candidato.

Secretário de Estado da Mobilidade é o candidato do PS ao Porto. Estruturas locais descontentes

O PSD apresenta Vladimiro Feliz, o engenheiro considerado “confiável” e “leal” pelo presidente do partido, Rui Rio, antigo presidente do município. Em 2017, o PSD, coligado com o PPM, apoiou Álvaro Almeida na corrida eleitoral, tendo-se ficado pelos 10,4% dos votos, menos de metade dos conseguidos em 2013, e elegendo um vereador.

No entanto, as sondagens internas dos partidos têm apontado para que o cenário mais provável seja mesmo uma nova vitória de Rui Moreira, a confirmar-se a sua recandidatura. O próprio António Costa tinha assumido no mês passado, em entrevista ao Diário de Noticias, que a corrida seria “muito difícil” porque todos os indicadores davam uma “vantagem muito confortável” ao atual presidente da autarquia.

Esquerda, Volt e PPM também concorrem

A CDU volta novamente à corrida com Ilda Figueiredo, para defender “a alma da cidade e das suas gentes” e o BE, com o sociólogo Sérgio Aires, vai tentar conquistar pela primeira vez um vereador na autarquia, a que concorre desde 2001.

Este ano, o PPM concorre sozinho com o economista Diogo Araújo Dantas, numa tentativa de fazer “ressuscitar” a cidade. O Volt Portugal elege André Eira para mostrar o “espírito” do partido pan-europeu, que “não se revê na dicotomia da esquerda ou direita”.

Com uma superfície de 41 quilómetros quadrados, o concelho do Porto é constituído por sete Juntas de Freguesia, três das quais são Uniões de Freguesia.

Segundo dados da Pordata consultados pela Lusa, em 2019 o concelho tinha 215.945 residentes, 61.353 dos quais com 65 e mais anos (28,4%). De acordo com a Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, em 2017 estavam inscritos 214.324 eleitores no Porto. Destes, 115.073 foram eleitores votantes para a Câmara Municipal, o equivalente a 53,69%.