Mensagens de correio eletrónico divulgadas esta terça-feira mostram que, nas últimas semanas da sua presidência, Donald Trump e os seus aliados pressionaram o Departamento de Justiça a investigar alegações infundadas de fraude eleitoral generalizada em 2020.
Essas pressões ocorreram apesar de o ex-procurador-geral, William Barr, ter assegurado não existirem provas de qualquer fraude nas eleições presidenciais de novembro de 2020, que obrigaram o republicano Trump a abandonar a Casa Branca em favor do democrata Joe Biden.
Os e-mails, divulgados pela Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes, revelam em pormenor como Trump, o seu chefe de gabinete na Casa Branca e outros aliados pressionaram membros do governo norte-americano para contestarem as eleições presidenciais de 2020 com base em acusações falsas, embora responsáveis da Segurança Nacional e da Justiça, bem como dirigentes eleitorais republicanos de todo o país lhe tenham repetidamente dito que não tinha havido fraude.
As mensagens nesta terça-feira divulgadas mostram também como Trump se esforçou para recrutar o então procurador-geral em exercício, Jeffrey Rosen, para as fracassadas iniciativas legais da sua campanha para contestar os resultados eleitorais, entre as quais a sugestão de apresentar queixa ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos. Os e-mails enviados a Rosen incluem teorias da conspiração desmanteladas e informações falsas sobre fraude eleitoral.
As mentiras de Trump sobre as eleições alimentaram a revolta da multidão que atacou o Capitólio, a 6 de janeiro, numa tentativa falhada de impedir a confirmação da vitória de Biden.