A ministra da Saúde, Marta Temido, mostrou-se esta terça-feira preocupada com as taxas de incidência que o Algarve regista e descartou voltar a limitar visitas a lares. Disse ainda que espera evitar um recuo no desconfinamento, mas assegura que não há “receitas mágicas” para combater a pandemia e que, se for preciso, Portugal pode voltar a confinar.
No Algarve, “o Rt está seguramente acima de 1”, avançou a ministra da Saúde, acrescentando que espera ter resultados mais “robustos” nos próximos dias, que ajudarão a compreender a situação epidemiológica da região.
Em relação aos lares, apesar de terem sido detetados seis surtos, Marta Temido garantiu que “a eventual necessidade que existiu no passado de limitar a visitas não parece ter a necessidade de ser restabelecida”. “Estamos numa situação em que os vacinados que eventualmente têm casos de transmissão têm uma doença mais moderada e controlada, mas naturalmente estamos atentos”, justificou a ministra à saída da inauguração do centro de saúde da Alta de Lisboa.
Marta Temido diz que Portugal está numa “fase distinta [da pandemia]”. As pessoas infetadas são agora muito “mais jovens”, mas isso não diminui a preocupação das autoridades de saúde: “Não sabemos a longo prazo quais as consequências da doença. Há uma nova variante a circular e ela causa preocupação porque é mais transmissível e porque é mais resistente a apenas uma dose de vacinação”.
Marta Temido admite recuo no desconfinamento
Questionada sobre um estudo que dá conta de um aumento de casos (que podem chegar aos 2 mil diários em julho), a ministra da Saúde garante que todos os dias “se tenta inverter essa tendência” — e aí incluiu-se a medida deste fim de semana que não permitiu que ninguém entrasse ou saísse na Área Metropolitana de Lisboa. “Foi difícil para quem a determinou e para a quem teve de executar, mas que visava conter a transmissão dentro de Lisboa e Vale do Tejo”, argumentou.
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A ministra da Saúde insiste que vai ter de continuar a haver um “esforço para equilibrar vacinação, testagem e medidas não farmacológicas”. Ainda assim, destaca que “não há receitas mágicas, nem receitas milagrosas” e que, apesar de “esperar evitar” recuar nas medidas, Marta Temido admite que “se o contexto o exigir” Portugal pode voltar atrás no desconfinamento.